A presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin fizeram dobradinha para desemperrar programas de moradias populares em São Paulo.
O Estado vai pôr R$ 1,5 bilhão no Minha Casa, Minha Vida para erguer 97 mil casas até 2015. A avaliação é que, com a construção a cargo da CDHU, não será possível minimizar o déficit habitacional do Estado.
Dilma e Alckmin têm acordo para financiar casa popular
Governo de São Paulo pretende injetar R$ 1,5 bi no Minha Casa, Minha Vida
Ideia é enxugar o papel da CDHU, a estatal paulista de habitação, e reforçar o programa do governo federal
Catia Seabra
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) fecharam uma dobradinha para desemperrar os programas de construção de moradias populares no Estado de São Paulo.
A ideia é enxugar o papel desempenhado hoje pela CDHU, a estatal paulista de habitação, e reforçar no Estado o programa federal Minha Casa, Minha Vida.
Com isso, espera-se elevar para 97 mil o número de moradias construídas deste ano até 2015.
O governo de São Paulo reforçará com R$ 1,5 bilhão o programa federal. Pelo acordo, Alckmin complementará com R$ 20 mil o valor unitário previsto para construção de casas destinadas a famílias com renda inferior a R$ 1.600 mensais.
Com isso, o custo dos apartamentos passará de R$ 65 mil para R$ 85 mil.
Hoje, as construtoras reclamam da dificuldade de levar adiante projetos habitacionais nas grandes cidades do Estado de São Paulo com o limite de gasto de R$ 65 mil por unidade.
Metas
Segundo informação da secretaria estadual de Habitação, a meta programada pelo governo federal para o Minha Casa, Minha Vida 1 para atendimento de mutuários com renda familiar inferior a R$ 1,6 mil era de 70 mil unidades. Mas apenas 13 mil casas foram entregues.
Em São Paulo, a média de casas construídas pela CDHU é de 15 mil anuais.
Segundo o secretário Sílvio Torres, Alckmin espera a próxima visita de Dilma a São Paulo para a oficialização da parceria.
Na semana passada, durante reunião de secretariado, o governador elogiou a política habitacional do governo federal, pregando mudanças na do Estado.
A avaliação é que apenas com a construção de casas a cargo da CDHU não será possível minimizar o deficit habitacional de São Paulo.
Por isso, Alckmin determinou aos auxiliares a revisão do modelo estadual.
Com a mudança do papel da CDHU, a estatal deixará de construir casas para atuar como agência de fomento.
Hoje responsável pela contratação de construtoras, a CDHU repassará recursos para que as prefeituras assumam a execução das obras. "A CDHU ficará com as carteiras. Mas não contratará mais as obras", explicou Torres. "A determinação é fazer mais com menos."
A mudança do perfil tem objetivo político: conquistar o eleitorado de baixa renda, distante do tucanato.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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