“É verdade, mas não toda a verdade. O comunismo histórico, portador de reivindicações de mudança substantiva comandada por uma “classe universal”, nascera de uma ruptura com a democracia política, cujo sistema de garantias deveria ser suspenso na hipótese de uma tomada revolucionária de poder e construção da nova sociedade sem classes. Aí, como ficaria sempre mais claro, o seu “pecado oriental”, de que derivariam sociedades fechadas, as quais seriam repudiadas pelas respectivas populações nos acontecimentos sintetizados simbolicamente na derrubada do muro de Berlim.
Para evitar este resultado catastrófico e, também, atuar produtivamente na crise atual, uma estratégia sensata deveria levar as esquerdas a dialogar com a tradição liberal, reformando-se para incorporar, entre outras, a dimensão do pluralismo. “
Luiz Sérgio Henriques é o editor de Gramsci e o Brasil. “Lembrando os anos 1930”. O Estado de S. Paulo, 1/1/2012.
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