BRASÍLIA E NATAL — O suposto uso da máquina pública por parte do ex-diretor do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), Elias Fernandes, para beneficiar o filho na disputa das eleições de 2010 foi duramente criticado por integrantes da oposição no Congresso. Conforme revelou o Correio na edição de ontem, o Dnocs repassou pelo menos R$ 9,3 milhões para 27 cidades do interior do Rio Grande do Norte comandadas por prefeitos que apoiaram a candidatura do deputado estadual, Gustavo Fernandes, filho do ex-diretor. O parlamentar disse ser "coincidência" a votação expressiva nesses municípios.
Para oposicionistas, essa prática se tornou corriqueira por parte de integrantes do governo. O Dnocs é vinculado ao Ministério da Integração, comandado por Fernando Bezerra (PSB), também alvo de denúncias. O ministro é acusado de favorecer sua base eleitoral, Pernambuco, com 90% dos recursos da pasta destinados à prevenção de desastres naturais em todo o país. "Essa revelação vem na esteira dessa denúncia de improbidade e tráfico de influência ocorrido no próprio Ministério da Integração que serviu de modelo e acabou também adotado pelo Elias. É mais uma afronta ao princípio constitucional de impessoalidade", disparou o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).
"A imprensa tem desnudado os malfeitos pelo governo Dilma, este é mais um. A lógica de corrupção não é nada diferente dos fatos já revelados e que culminaram na queda de sete ministros", avaliou o presidente do PPS, o deputado Roberto Freire (SP).
Ontem, Gustavo Fernandes negou beneficiamento ao Rio Grande do Norte pelo pai e alegou ter sido coincidência a votação recebida em municípios supostamente privilegiados por Elias. "Desde que assumiu o Dnocs, o PMDB buscou ajudar os municípios administrados pelo partido e outros também. Como havia um diretor do estado, a classe política local foi a ele buscar a liberação de recursos para várias cidades. A gestão do meu pai foi boa para todo o Rio Grande do Norte e outros estados, como o Ceará", defendeu Gustavo.
Colaborou Allan Darlyson. (ED e JJ)
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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