Se consolidada, a aliança entre o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o PT na disputa pelo comando da capital paulista será mais um prego no caixão da agonizante oposição.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está aos poucos interditando todo o espectro político para quem não apoia o projeto do PT em nível nacional. Sem ter com quem se aliar, PSDB, DEM e PPS ficam cada vez mais sem perspectiva de poder e com um futuro desolador.
Há várias formas de fazer política. Montar coalizões é uma necessidade inescapável. Num país com 29 partidos, quem não se alia fica com chance reduzida de vitória em disputas locais ou nacionais.
Lula já desfrutava da mais ampla aliança partidária quando ocupou o Palácio do Planalto nos seus últimos anos de poder. Agora, a presidente Dilma Rousseff ampliou o escopo de influência do PT.
Na Câmara, há hoje 23 partidos representados. A rigor, só quatro são, de fato, oposição orgânica ao Planalto: PSDB, DEM, PPS e PSOL.
Egresso de siglas conservadoras e admirador do tucano José Serra, o prefeito de São Paulo seria o aliado natural do PSDB na eleição paulistana de outubro. Só que Kassab ficou emparedado pela incapacidade de seus parceiros mais óbvios se decidirem sobre qual rumo seguir.
Ainda falta muito tempo até a eleição, neste ano em 7 de outubro. Reviravoltas podem ocorrer. Mas, a ser mantida a tendência atual, com o PT conquistando a Prefeitura de São Paulo bancado por uma aliança de amplo espectro, a oposição enfrentará uma agudização de sua crise atual -por ser incapaz de sair do seu estado de catatonia.
As eleições municipais não determinarão o que acontecerá em 2014, nas escolhas de governadores e do presidente da República. Mas são um termômetro do que virá por aí. Sobretudo para a oposição, cada vez mais depauperada e sem norte.
FONTE: FOLHA DE S .PAULO
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