Pré-candidato do PSDB participou ontem, no Bandeirantes, da posse de secretário filiado ao partido da base de Dilma
Bruno Boghossian
O ex-governador José Serra assumiu as negociações com o PDT para a formação de uma aliança em torno de sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. O partido ganhou ontem uma vaga no secretariado do governador Geraldo Alckmin, mas a equipe de Serra acredita que precisará se empenhar para fazer com que a sigla desista de sua candidatura própria para apoiar o PSDB.
Serra participou ontem da posse do novo secretário do Trabalho do Estado, Carlos Ortiz (PDT). Sua presença foi uma tentativa de demonstrar prestígio à legenda e a seu presidente, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força.
O PDT, que integra a base de Dilma Rousseff em Brasília, tem manifestado convicção sobre o lançamento do nome de Paulinho à Prefeitura da capital paulista. O espaço aberto na secretaria estadual ao PDT precede a pré-candidatura de Serra e foi uma tentativa de atrair o partido para apoiar a reeleição de Alckmin em 2014 - sem vínculo com a eleição municipal.
"(A posse de Ortiz na secretaria) não tem relação com a questão da eleição de 2012. Nós já tínhamos conversado com o PDT em janeiro", declarou Alckmin.
A entrada de Serra no circuito é uma tentativa de abrir uma segunda frente de negociações com os pedetistas. Apesar do discurso firme de Paulinho, a equipe tucana não desistiu de uma aliança com o PDT em favor de Serra. Eles cogitam ceder espaço ao partido na equipe de campanha ou em uma eventual gestão do PSDB em São Paulo.
Ligação amistosa. No evento de ontem, Serra adotou discrição mas fez um aceno aos trabalhistas. "(A possibilidade de uma aliança) é um assunto não ligado a essa secretaria. Mas uma ligação amistosa com o PDT existe", disse o ex-governador.
Em público, ele nega que tenha assumido negociações com líderes partidários e as atribui a aliados, como o prefeito Gilberto Kassab (PSD). No entanto, desde sua entrada na disputa Serra manteve contatos com os presidentes do PPS, Roberto Freire, e do PV, José Luiz Penna.
Trabalhando desde já para fortalecer o apoio ao ex-governador, sua equipe pretende manter as conversas partidárias nos bastidores até a prévia do PSDB, no dia 25. Entende-se, na equipe, que anunciar acordos seria sinal de "arrogância" do ex-governador e ex-prefeito.
Moderação. Alckmin não quis comentar o comportamento de seu secretário de Energia, José Aníbal, na campanha da prévia do partido. Ele havia pedido ao pré-candidato que moderasse as críticas a Serra. "A prévia do dia 25 é um respeito a toda a nossa militância, que dará enorme legitimidade a quem for escolhido", limitou-se a dizer Alckmin.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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