“Nunca diga “corrupção” quando um companheiro estiver envolvido. Soa grosseiro, preconceituoso, udenista. Prefira “malfeito”, no tom ligeiramente condescendente de mãe dando bronca em filho: “Que malfeito, menino!”
Mas evite chamar companheiro de “malfeitor”. “Corrupto”, nem pensar, claro. Se for inevitável adjetivar, tente “aloprado” ou qualquer coisa do mesmo campo semântico, denotando mais falta de jeito do que de escrúpulo.
“Mensalão”, só pronuncie para abjurar, como ontem mesmo o companheiro Jilmar Tatto: “Isso que é chamado de mensalão, e que nós, petistas, repudiamos e afirmamos que não existiu, tem sua própria rotina. Será julgado pelo STF. Se quisermos falar desse episódio, temos de tratar de financiamento de campanha, e não de ocupação da máquina do Estado, como queria o Cachoeira. Mensalão é caixa 2, é outra coisa”.
“Hegemonia”, na língua do PT, é isso: a pretensão de reescrever numa penada o dicionário e a história do Brasil.
Cada louco com a sua mania… Essa pelo menos facilita a vida dos institutos de pesquisa. O entrevistador chega numa esquina movimentada e pergunta: “Quem aí acredita que o mensalão não existiu?” Quem levantar a mão é petista.”
GRAEFF, Eduardo, mestre em ciência política pela Universidade de São Paulo, no Blog eAgora, 13/4/2012.
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