terça-feira, 17 de abril de 2012

Emprego formal cai 27%

Vagas na indústria despencam. Serviços ainda são destaque


Geralda Doca

BRASÍLIA. O país fechou o primeiro trimestre do ano com a criação de 381.241 empregos com carteira assinada - queda de 27,46% em relação ao saldo de igual período de 2011, de 525.565. Em março, foram abertas 111.746 vagas, acima das 92.675 do mesmo mês de 2011, devido principalmente ao bom desempenho do setor de serviços. Já a indústria registrou saldo negativo e foi seguida pela agricultura.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, revelam que a indústria foi o setor mais atingido pela desaceleração do emprego com carteira nos primeiros três meses do ano. O saldo recuou 59,27%, caindo de 127.753 contratações no acumulado de janeiro a março de 2011 para 52.023. O comércio tem resultado negativo de 36.578 postos, desempenho pior do que os 4.553 desligamentos do primeiro trimestre de 2011.

A agricultura, que no primeiro trimestre de 2011 respondera por 40.561 postos, inverteu o desempenho e ficou com saldo negativo de 5.191. Mesmo no setor de serviços, que segue puxando o emprego com carteira assinada, houve desaceleração de 11,22%.

A exceção foi a construção civil, cujo saldo subiu 57,24% frente ao primeiro trimestre de 2011, com 105.945 novas vagas.

No mês passado, a indústria fechou 5.048 vagas, enquanto que em igual período de 2011 o saldo fora de 14.448 contratações. O subsetor de produtos alimentícios foi o ramo mais atingido, com a eliminação de 25.211 postos, principalmente na fabricação de açúcar no Nordeste. O corte de 17.084 postos na agricultura no mês passado atingiu sobretudo o cultivo de laranja (São Paulo) e de outras frutas no Sul.

Em março, os empregos foram salvos pelo setor de serviços, com saldo de 83.182, puxado pelas contratações em administração de imóveis, ensino, transporte e alimentação e hotéis e restaurantes. A construção civil respondeu por 35.935 vagas e o comércio, por 6.412.

O Sudeste foi a região que mais contratou em março, em especial São Paulo (47.279), à frente de Minas Gerais (22.674), Rio Grande do Sul (16.875), Paraná (14.851), Goiás (12.715) e Rio (12.010).

FONTE: O GLOBO

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