terça-feira, 17 de abril de 2012

Indicadores mostram que a economia ainda patina

Novos indicadores mostram que a economia está sem vigor para sustentar a recuperação prometida pelo governo Dilma. Segundo o Ministério do Trabalho, a renda encolheu em fevereiro pelo segundo mês, e a geração de empregos no primeiro trimestre foi a menor desde 2009. A atividade econômica caiu 0,23% em fevereiro, segundo o BC.

Emprego tem pior 1º trimestre desde 2009, e PIB segue fraco


Dados do BC indicam que economia recuou em fevereiro pelo 2º mês seguido

Foram criadas 443 mil novas vagas de janeiro a março; Banco Central deve reduzir juros de novo nesta semana

Gustavo Patu e Priscilla Oliveira

BRASÍLIA - A renda do país encolheu em fevereiro pelo segundo mês consecutivo, enquanto a geração de empregos no primeiro trimestre foi a menor desde a recessão de 2009.

Divulgados ontem, os dois indicadores mostram que a economia brasileira permanece sem vigor suficiente para sustentar a recuperação prometida e perseguida pelo governo Dilma Rousseff.

De acordo com os cálculos do Banco Central, a atividade econômica -que compreende salários e lucros gerados por indústria, serviços e agricultura- teve queda de 0,23% em fevereiro, na comparação com o mês anterior.

O anúncio da retração de janeiro já havia precipitado o anúncio de medidas para estimular setores como móveis e eletrodomésticos. Os números agora revisados apontam que a queda foi mais aguda no primeiro mês do ano, de 0,18%, em vez de 0,13%.

Os resultados não chegaram a surpreender o mercado, o que não é boa notícia para o governo: enquanto o primeiro projeta crescimento em torno de 3,2% neste ano, o segundo prevê uma taxa politicamente mais palatável, acima dos 4%.

Embora o Banco Central não detalhe suas contas, os índices divulgados nas últimas semanas deixam claro que a piora de fevereiro foi puxada pela queda das vendas no varejo, particularmente em supermercados, alimentos e bebidas.

Para os especialistas, não se trata de uma tendência: o comércio tem bom desempenho no ano, mas circunstancialmente foi melhor em janeiro que em fevereiro.

Emprego fraco

A produção da indústria, embora tenha se expandido em fevereiro, continua sendo o setor mais afetado pelos efeitos da crise internacional e alvo principal das preocupações e medidas oficiais.

Mais atualizadas, as estatísticas do emprego com carteira assinada do Ministério do Trabalho mostram que o setor demitiu em março.

A indústria de transformação teve um dos piores resultados do mês, com fechamento de 5.048 vagas. Segundo o relatório, a queda pode ser atribuída, em grande parte, aos produtos alimentícios.

Normalmente um dos indicadores mais celebrados pela administração petista, a geração total de empregos formais, com 442,6 mil novos postos no trimestre, foi a menor para o período nos últimos três anos.

Queda dos juros

Diante da fragilidade da economia, o BC deve confirmar as expectativas gerais e reduzir amanhã de 9,75% para 9% a sua taxa de juros -patamar que, para a maioria dos analistas, deve ser mantido até o final do ano.

Embora endosse essas projeções, o banco Itaú distribuiu ontem relatório em que vê a possibilidade de o juro cair para 8,5% até o final do ano para estimular o consumo e os investimentos.

A instituição tem seu próprio índice de atividade econômica, que apontou queda de 0,6% em fevereiro. Para o ano, porém, o Itaú é um pouco mais otimista que a maioria e projeta crescimento de 3,5%, com sinais de recuperação a partir de março.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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