SÃO PAULO – O encontro municipal do PT de São Paulo, que irá confirmar Fernando Haddad como candidato petista à sucessão da prefeitura local, deve servir também de palanque para manifestações de desagravo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A expectativa é de que o líder petista seja defendido em discursos programados para a solenidade marcada para amanhã, que terá as presenças de ministros, senadores e deputados. Há delegados do partido que planejam ainda levar cartazes e faixas em apoio e ele.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou na terça-feira que o líder petista tenta "melar" o julgamento do processo do mensalão. No mesmo dia, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, conclamou os militantes do partido a saírem em defesa e desbaratarem manobra contra o ex-presidente petista, cuja presença no encontro está confirmada.
O PT esperava chegar ao encontro municipal com pelo menos os apoios do PSB e do PCdoB em São Paulo, mas as negociações com as duas legendas ainda estão entravadas. O PCdoB cobra, em troca da aliança na capital paulista, o apoio à candidatura de Manuela D"Ávila, em Porto Alegre. O presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, já costurou o apoio ao candidato do PT em São Paulo, mas o acordo encontra resistência entre dirigentes locais de seu partido.
O principal adversário do PT, o PSDB, já anunciou os apoios do PV, PSD e DEM. Os tucanos devem fechar em junho alianças com o PP e PTB. O PR, que negociava acordo com o PT, tem mantido conversas com o PSDB e pode fechar acordo em torno da pré-candidatura de José Serra à Prefeitura de São Paulo.
Campanha na TV
A participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Programa do Ratinho, do SBT, na noite de ontem, transformou-se em um palanque para o pré-candidato petista em São Paulo, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, que o acompanhou ao estúdio. "São Paulo precisa ter alguém que tenha o entusiasmo que ele teve quando era ministro", disse Lula. O ex-presidente ficou no ar por mais de 40 minutos e falou sobre o tratamento do câncer na laringe a que foi submetido. Ele admitiu a possibilidade de disputar o Presidência para barrar o PSDB, se a presidente Dilma Rousseff não o fizer: "A única hipótese de eu voltar a ser candidato é se ela não quiser. Não vou permitir que um tucano volte à Presidência", disse. Lula não quis comentar as recentes acusações do ministro Gilmar Mendes, do STF. "Eu não quero entrar nesse tema, porque já falei em nota. Quem inventou a história, que prove a história. Eu acho que o tempo se encarrega", resumiu.
FONTE: ESTADO DE MINAS
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