Vandson Lima
SÃO PAULO - A companhia do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi a grande novidade da agenda de ontem do candidato tucano à prefeitura da capital paulista, José Serra. O reforço não ocorreu à toa: deu-se no mesmo dia em que os telejornais da Rede Globo iniciaram a cobertura diária das atividades dos principais candidatos a prefeito. Coincidiu ainda com a liberação, pelos médicos, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para participar das campanhas eleitorais - entre elas a do candidato Fernando Haddad (PT), para a qual prometeu especial empenho.
Alckmin acompanhou a visita de Serra ao Instituto de Reabilitação da rede Lucy Montoro. Chegou 25 minutos antes do candidato e disse ter aproveitado o "horário de almoço" para comparecer ao evento. O governador posou com o candidato para as câmeras, deu uma volta rápida - de cerca de cinco minutos - pela entrada do hospital e foi embora.
O início da cobertura televisiva também mudou o discurso de Serra, que procurou ser o mais didático possível durante a entrevista coletiva. Com olhos postos na câmera, o tucano prometeu integrar a rede Lucy Montoro, estadual, aos núcleos de reabilitação municipais. "Se eu for eleito prefeito, junto com Alckmin vou integrar a rede Lucy Montoro, que são cinco hospitais, com os 34 núcleos de reabilitação. Mais ainda, vamos formar em São Paulo 100 mil cuidadores, que trabalhem atendendo em casa deficientes físicos e idosos", prometeu. Para Serra, essa é uma "nova etapa" da campanha, pois "os programas de rádio e os jornais de tevê acabam sendo mais importantes do que o horário eleitoral. Não têm ensaio", avaliou.
A princípio, a Globo pretendia cobrir diariamente apenas os dois candidatos mais bem colocados de cada cidade - hoje Serra e Celso Russomanno (PRB) em São Paulo -, mas cedeu diante dos protestos do PT, que ameaçou ir à Justiça para obrigá-la a dar espaço diário a Haddad, quarto colocado na pesquisa do Ibope. O partido argumentou que a lei proíbe emissoras, que são concessões públicas, de dar tratamento privilegiado a alguns candidatos em detrimento de outros.
O candidato do PSDB afirmou estar "dentro do previsto" a entrada de Lula na campanha de Haddad. Questionado se teria um cabo eleitoral para fazer frente ao ex-presidente, respondeu: "Eu não tenho um Lula nem um não Lula". E disse estar acompanhando o julgamento da Ação Penal nº 470, vulgo mensalão, "apenas com leitor de jornais." "Não tenho nenhuma informação especial a respeito."
FONTE: VALOR ECONÔMICO
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