Candidato do PSB, partido do governador de Pernambuco, lidera disputa na
cidade
Daniel Carvalho, Marília Rocha
SÃO PAULO / CAMPINAS - A presidente Dilma e o ex-presidente Lula vão hoje a
Campinas (SP) reforçar a campanha de Marcio Pochmann (PT) e tentar evitar uma
dupla derrota na cidade.
Eles participam de um comício do candidato petista, que disputa a prefeitura
contra Jonas Donizette (PSB).
Segundo a última pesquisa Ibope, há um empate técnico nas intenções de voto:
45% para Donizette e 39% para Pochmann (cuja pronúncia é "póchimam").
A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
Perder para Donizette significa permitir a entrada do governador de
Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em São Paulo e dar força a trajetória dele
rumo à disputa presidencial de 2014 e ao projeto de reeleição de Geraldo
Alckmin (PSDB). No Estado, o PSB é aliado dos tucanos.
"Eduardo Campos mencionou que a disputa em Campinas tem mais peso para
o PSB do que algumas capitais", afirmou Donizette à Folha.
"[É] Fundamental para a estratégia do PSB a nossa presença no Sul e
Sudeste, principalmente São Paulo. Campinas é uma grande porta de
entrada", disse o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.
Uma vitória petista diminui ainda a base de Alckmin para a disputa pela
reeleição.
O PSDB paulista tem hoje 200 prefeituras. No primeiro turno elegeu 173
prefeitos e agora pode eleger apenas mais sete. Em Campinas, o vice da chapa
socialista é o tucano Henrique Teixeira.
O secretário-geral do PSDB, Rodrigo Castro, afirmou que vencer a disputa em
Campinas é um "ativo político" para uma futura disputa.
Para Pochmann, não há relação entre as duas disputas. Mas ele diz acreditar
que a aliança entre PSB e PSDB esteja entre as motivações da vinda de Dilma à
cidade.
"Essa eleição ganha relevo porque é a disputa entre dois modelos: a
forma do governo federal para reduzir pobreza e uma alternativa oposta."
Pochmann, 50, era pouco conhecido na cidade até o início da campanha.
Ex-presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e
ex-secretário de Desenvolvimento da gestão Marta Suplicy (PT) em São Paulo, ele
foi uma indicação de Lula.
O comício em Campinas será o primeiro a reunir no palanque, no segundo
turno, os dois nomes mais fortes do PT.
Fonte: Folha de S. Paulo
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