Grupo comandado pela ex-senadora Marina SiLva fundará sigla durante encontro marcado para o dia 16, na UnB
Karla Correia, Iracema Amaral
A proximidade das eleições de 2014 e o sucesso obtido pelo PSD aqueceu o mercado dos par¬tidos no país. Seguindo essa onda, mais uma legenda se lança, no próximo sábado, dia 16, na Universidade de Brasília (UnB), em busca do cobiçado registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O nome mais provável é Semear, mas cogita-se também Rede, Brasil Vivo e Lista Independente. Mas o objetivo da sigla está bastante definido: abrigar a candidatura da ex-senadora Marina Silva à Presidência da República e tentar recuperar o capital político da votação obtida por ela na corrida presidencial de 2010, quando obteve quase 20 milhões de votos e foi fator decisivo para o segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e o tucano José Serra.
Às vésperas de se lançar em mais uma empreitada política, Marina evita ao máximo ligar a criação do novo partido à corrida presidencial de 2014. Seu coordenador em Minas Gerais — o ex-deputado federal e ex-prefeito de Conceição do Mato Dentro —, José Fernando de Oliveira, diz que não se deve comparar as intenções da ex-senadora e de seus apoiadores com os propósitos dos demais criadores de legendas: "Não é um partido apenas para disputar as eleições", garante.
José Fernando lembra que a futuro sigla é resultado de um movimento, batizado de "Nova Política", que defende a ética como princípio primordial para o exercício do poder em qualquer umas das três esferas de governo — federal, estadual e municipal. "Não vamos aceitar filiados que estejam com qualquer tipo de processo judicial", avisa.
Os criadores do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) decidiram por uma estratégia bem diferente. Mais uma legenda em fase de formação, ainda sem registro no TSE,o partido não exige dos interessados em se filiar a apresentação de certidão criminal ou um histórico da vida política. Aparentemente, ter ficha limpa é o que menos importa aos idealizadores. O chamariz do partido é outro. No panfleto distribuído durante o encontro da presidente Dilma Rousseff com prefeitos de todo o país, no mês passado, o slogan para atrair adeptos à futura sigla era "nem de esquerda nem de direita. Apenas uma forma tranquila de mudar de legenda, sem perder o mandato". O material de divulgação ainda estampava outra pérola do pragmatismo político. "Insatisfeito com seu partido? Quer sair dele sem perder o mandato? O PROS é a mais nova opção", prometia o panfleto.
Siglas em gestação
A criação de um novo partido depende de um processo com¬plicado, que inclui a coleta de 500 mil assinaturas em todo o país e a criação de diretórios em todas as unidades da Federação. Ainda assim, a febre das novas legendas tem atraído cada vez mais projetos, como o Solidariedade, inspirado no sindicato polonês de mesmo nome que alçou Lech Walesa à presidência daquele país, e o Partido Pirata, que tenta criar um braço brasileiro da rede Internacional de Partidos Piratas, organização ligada a ativistas da tecnologia que levanta bandeiras como a inclusão digital e a disseminação do uso de softwares livres. Na semana passada, foi a vez de os indígenas darem o passo inicial para a sua legenda, o Partido Democrático Indígena Brasileiro (PDIB).
"Precisamos ter mais poder de pressão nas decisões do governo que nos afetam. Um partido nos daria força para negociar coligações e influenciar na tomada de decisões", diz o índio guarani Araju Sepeti, um dos articuladores do processo de criação da nova sigla. Segundo ele, a legenda tentará aglutinar políticos de origem indígena em atividade, como o senador Wellington Dias (PT-PI), que é descendente de índios, e pretende lançar inclusive um candidato à presidência da República. "Vamos convidar o senador Wellington para concorrer à presidência. Quem sabe ele não se anima?", diz Sepeti.
Fonte: Correio Braziliense
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