Angela Lacerda
O governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, não vê nenhum indício de falha do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que justifique um pedido de impeachment. "É uma medida que existe, que é constitucional, mas que é uma medida extrema, quando há uma falha grave, um absurdo, um descumprimento da lei", afirmou ele, na concentração do bloco Galo da Madrugada, esta manhã, ao ser questionado por repórteres sobre a intenção de peemedebistas aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros.
A medida seria em retaliação a Gurgel por ele ter enviado denúncia contra Renan ao Superior Tribunal Federal (STF) dias antes da sua eleição à presidência do Senado. Consistiria em levar adiante representações contra Gurgel protocoladas na mesa da Casa que normalmente seriam arquivadas.
"Da mesma forma que um detentor de mandato pode ser cassado, um governador, um prefeito, um presidente pode ser ''impichado'', sofrer um impeachment, o procurador também pode, mas só em caso de descumprimento da lei", explicou, ao reafirmar: "Não vejo nem conheço nem o País conhece nenhum fato objetivo que venha a incriminar a ação do procurador".
"Não há sequer uma representação ao conselho superior do próprio Ministério Público de qualquer descumprimento da lei e do regimento interno no próprio Ministério Público", continuou.
O governador aproveitou para identificar o PSB como um partido que representa a ética e a transparência, ao ser indagado sobre qual será o comportamento da legenda em relação ao fato. "Nosso partido vai se meter em tudo o que seja certo, que defenda a ética, a transparência, melhores práticas na administração pública". Frisou ainda que a democracia e a liberdade de expressão são as bandeiras e os valores que presidem o partido. "Não precisa eu falar, as pessoas que estão lá á sabem e a vida inteira fizeram isso".
Aliado da presidente Dilma, mas com disposição de fazer um voo solo visando à Presidência da República, ele não considerou fruto de rusgas o fato de a presidente não ter ido prestigiar o carnaval de Pernambuco, preferindo ir para a Bahia, governo do PT. "Com a agenda intensa que ela tem, ela procurou dar uma parada". Observou que o local escolhido é bastante reservado, "onde ela fica descansando com a família".
Acompanhado do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, Eduardo Campos caminhou pelas ruas cheias de foliões cumprimentando, abraçando e posando para fotos antes de ir encontrar seus convidados - entre eles, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e da Saúde, Alexandre Padilha - para levá-los ao camarote oficial do governo estadual, no percurso do Galo.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário