Em nota, partido impõe candidatura de Pezão ao governo do estado
Cássio Bruno
O PMDB e o PT decretaram guerra ontem no Rio. Em nota divulgada pela manhã, os peemedebistas afirmaram ser contra um palanque duplo para a presidente Dilma Rousseff e deixaram claro o tom de ameaça caso os petistas não apoiem o nome do vice-governador Luiz Fernando Pezão para o governo. A nota ressalta que "não há hipótese de ele não ser candidato". O senador Lindbergh Farias, que não abre mão de disputar pelo PT a sucessão do governador Sérgio Cabral, do PMDB, reagiu e partiu para o ataque.
PT e PMDB são aliados nos governos federal e estadual. O presidente regional do PMDB, Jorge Picciani, deixou claro que, para o comando do partido no estado, as duas alianças estão ligadas:
- Apoiamos Dilma há quatro anos porque reconhecemos que ela seria a continuidade do bom governo do ex-presidente Lula. Queremos que o PT compreenda e apoie Pezão porque ele é a continuidade do bom governo do Cabral. Hoje, apoiamos a chapa Dilma e (Michel) Temer. Mas, se não tivermos o apoio a Pezão do PMDB e do PT nacional, não conte com a gente do PMDB do Rio - disse Picciani em entrevista ao GLOBO.
Ofensiva pública
Foi a primeira vez que o PMDB fluminense fez uma ofensiva pública a Lindbergh, ex-aliado de Cabral e Pezão. A nota, assinada por Picciani, será lida no próximo sábado na convenção nacional do PMDB.
Para os peemedebistas, "o palanque duplo para a presidente Dilma no Rio não se sustenta" já que "trata-se de uma equação que não fecha e cujo resultado não será a soma, mas a subtração".
Lindbergh contra-atacou:
- O diretório regional do PT deliberou, por unanimidade, a minha pré-candidatura. Também é do meu entendimento liderar a coalizão de toda a base aliada. Mas, se o PMDB entender diferente, reconhecemos o direito e a autonomia de lançarem a candidatura (do Pezão). Essa convenção é do PMDB. Eles devem escolher o candidato do PMDB. Só não podem escolher o nosso candidato.
Segundo a nota do PMDB do Rio, Luiz Fernando Pezão representa "a bem-sucedida política de Segurança implementada no estado".
Procurado pelo GLOBO, Pezão desconversou sobre a polêmica:
- Tenho tanta coisa para fazer. Só falo de eleição em 2014. Tenho que trabalhar e muita obra para entregar. Deixa o partido (PMDB) cuidar disso.
Lula estará no Rio amanhã. Vai participar da abertura do XVI Encontro Nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). O ex-presidente vai jantar com Cabral e Pezão. A briga entre PT e PMDB no Rio será o prato principal do cardápio. Já Lindbergh, neste dia, estará em Brasília.
- O PMDB quer condicionar uma aliança nacional com uma chantagem regional. Estão querendo impor quem vai ser o governador sem dar liberdade de escolha ao eleitor. Querem ganhar por W.O. - afirmou o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ).
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, não quis comentar o caso.
Fonte: O Globo
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