Grupo estadual investigará desaparecimento de 160 pessoas
Na primeira reunião da Comissão Estadual da Verdade realizada ontem, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ), ficou estabelecido que a prioridade do grupo será esclarecer quais foram as circunstâncias do desaparecimento de mais de 160 pessoas no estado durante o regime militar. Ou seja, o grupo pretende descobrir os autores dos possíveis assassinatos, onde os corpos estão enterrados e o porquê dessas vítimas terem sido mortas.
Comissão quer museu
A comissão também apresentou a proposta de transformar a antiga sede do DOI-CODI no Rio, na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, num Museu da Memória. O trabalho do grupo vai ser desenvolvido semanalmente, e os encontros vão ocorrer no Arquivo Público do estado, na Praia de Botafogo.
Além da investigação sobre os desaparecidos, a comissão vai investigar casos emblemáticos ocorridos durante a ditadura no Rio, como o atentado à OAB e a explosão no Riocentro. O grupo terá dois anos para concluir o processo de apuração.
- Ainda que os perseguidos políticos não morassem ou não militassem no Rio, se desapareceram aqui, serão investigadas em que situações eles sumiram. E vice-versa. Ou seja, casos de pessoas do Rio que sumiram em outros estados, ou até mesmo fora do país, a comissão também vai investigar. Há casos de desaparecidos no Chile e na Argentina, por exemplo - afirmou Wadih Damous, presidente da Comissão Estadual da Verdade.
A instalação da comissão foi oficializada ontem no Diário Oficial do Estado, quase cinco meses depois de aprovada na Assembleia Legislativa.
Fonte: O Globo
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