Vera Magalhães
Em jantar nesta quarta-feira no Palácio da Alvorada, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, disse à presidente Dilma Rousseff que seu partido não vai integrar oficialmente o ministério antes da eleição de 2014.
"Eu disse a ela, e a presidente compreendeu, que esta era uma decisão definitiva, oficial, e que reflete o desejo majoritário no partido", disse o ex-prefeito de São Paulo à Folha na manhã desta quinta-feira (14).
Apesar da negativa de integrar formalmente o governo, existe uma brecha que pode levar o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, a assumir a recém-criada pasta da Micro e Pequena Empresa: Dilma pode convidá-lo em caráter "pessoal", pela afinidade que tem com o pessedista e sua experiência no tema do ministério.
Kassab tem dito que não poderá "impedir" caso a presidente resolva convidar Afif ou outro filiado do partido nessas condições, mas que isso não mudará a decisão de conservar a independência no Congresso.
O ex-prefeito de São Paulo afirmou à presidente que não faria sentido ingressar no governo agora, sendo que o partido foi criado para reunir dissidentes de várias legendas, em sua maioria oriundos da oposição.
Ele disse ter a "convicção" de que o partido vai aprovar, nas consultas que tem promovido às seções estaduais, o apoio à reeleição de Dilma no ano que vem, numa aliança formal em que dê a petista seu quinhão no tempo do horário eleitoral.
Segundo essa lógica, seria "natural'' que, num eventual segundo mandato, o partido integrasse o primeiro escalão.
Tema da semana
Ontem, ao fim de um evento no Palácio, Dilma disse que não é o momento de tratar de mudanças na Esplanada dos Ministérios. A aguardada reforma ministerial que deve ser promovida pelo governo, segundo a presidente, "não é tema desta semana".
"Eu não vou valar sobre isso porque não é meu tema essa semana", disse Dilma.
Dilma prepara uma minireforma ministerial para acomodar pleitos de partidos como PMDB, PR e PDT, além de incorporar oficialmente à base o PSD. Na noite desta terça, Dilma se reuniu com o vice-presidente Michel Temer para discutir as mudanças, de olho no palanque da eleição de 2014.
O deputado federal Antônio Andrade, presidente do PMDB de Minas Gerais, deve ir para o lugar de Mendes Ribeiro (PMDB-RS) no Ministério da Agricultura.
Ainda não está definido se o atual ministro volta para Câmara dos Deputados ou assume a Secretaria de Assuntos Estratégicos, no lugar de Moreira Franco (PMDB) -- que deve ir para o Turismo, hoje sob o comando do PMDB.
Fonte: Folha de S. Paulo
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