Caio Junqueira
BRASÍLIA - Nesta semana, Lula conversou com duas pessoas diretamente envolvidas nas negociações. A primeira é o senador Blairo Maggi (PR-MT), o preferido do Palácio do Planalto para assumir o Ministério dos Transportes. A outra é o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. A informação foi confirmada por petistas, embora a assessoria do Instituto Lula não a confirme (e nem a desconfirme).
Aos dois, segundo petistas, Lula pediu uma definição pela adesão completa ao governo com vistas à reeleição em 2014. Blairo, porém, ainda tem restrições quanto a assumir Transportes. Primeiro por avaliar que há interesses conflitantes entre suas empresas e o Estado. Segundo, porque pretende se candidatar ao governo do Mato Grosso em 2014, o que o obrigaria a deixar o cargo em pouco mais de um ano.
O PR agora trabalha com a possibilidade de manter Paulo Passos no posto, mas assumir o controle total do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) e da Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. (Valec), por onde passam os bilhões de reais da Pasta. Uma terceira hipótese começa ainda a ser aventada pelo partido: a indicação do senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), que assumiu a vaga com a suplência da senadora Marta Suplicy (PT-SP), atual ministra da Cultura.
Com Kassab a conversa de Lula foi na mesma linha: a de que o PSD precisa aderir ao governo. Dilma ontem deu seguimento às negociações: jantou com Kassab no Palácio da Alvorada. Anteontem, seu encontro foi com o vice-presidente Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Mas o próprio Kassab enfrenta resistências no partido. Ontem, o governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), disse ser este "o pior momento" para o PSD ingressar no governo, apesar do apoio do partido aos projetos da presidente. Para ele, "futuramente, em uma reeleição, tudo bem".
Fontes no PT afirmam que a reforma pode sim sair nesta semana, apesar de essa informação ser descartada no Palácio do Planalto. Tanto que ontem, em meio às especulações em torno da reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff se limitou a dizer que não deverá formalizar trocas no primeiro escalão do governo nesta semana. "Eu não vou falar sobre isso porque não é meu tema esta semana", disse a presidente ao ser questionada por jornalistas se está na hora de fazer mudança pontual no governo.
(Colaboraram Bruno Peres e Yvna Sousa)
Fonte: Valor Econômico
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