Senador tucano avalia que as críticas do governador pernambucano à administração petista em programa do PSB é sinal de que mais um antigo aliado de Dilma entrou no barco da oposição
Aécio discursa no encontro do diretório estadual do DEM, ao lado de Anastasia e de José Agripino: partidos tendem a caminhar juntos em 2014
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), já está na oposição. Pelo menos na avaliação do senador e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB). O parlamentar deu ao governador ontem boas-vindas "ao campo oposicionista", ao avaliar as críticas feitas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo pernambucano durante programa partidário do PSB, veiculado em rede nacional de televisão na quinta-feira. O partido tem dois ministros no governo federal: Leônidas Cristino, da Secretaria Nacional de Portos, e Fernando Bezerra, da Integração Nacional.
Assim como Aécio, Campos se coloca como pré-candidato ao Planalto. "É uma demonstração clara da fragilização pela qual está passando o governo. Estamos falando de setores que eram do governo e que vêm para a oposição", afirmou Aécio. No programa, o governador de Pernambuco diz que o país avançou, mas pondera: "Deixamos de fazer mudanças fundamentais. Temos um Estado antigo, quer seja na esfera municipal, estadual ou federal".
O senador também citou como defecção do grupo político que comanda o Brasil há quase 11 anos a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que foi titular da pasta do Meio Ambiente no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2006). Marina, chamada ontem de amiga por Aécio, deixou o PT em 2009, migrou para o PV, partido do qual se desfiliou em 2011, e agora articula a criação de outra legenda, a Rede, para também se candidatar à Presidência.
Aécio é defensor ferrenho do maior número possível de candidaturas ao Palácio do Planalto, o que aumentaria a possibilidade de segundo turno contra o franco favoritismo de Dilma Rousseff. O discurso oficial do parlamentar, no entanto, é em outro sentido. Aécio afirma que a entrada na disputa de mais candidatos aumenta a pluralidade e enriquece o debate sobre o país.
Recuo Em encontro com representantes do DEM ontem em Belo Horizonte, o senador tucano adotou discurso mais ameno em relação ao fim da reeleição no país e à volta dos mandatos de cinco anos. Há dois dias, o parlamentar chegou a afirmar que apresentaria um projeto para acabar com a possibilidade de dois mandatos consecutivos. A repercussão da declaração dentro do PSDB foi ruim, com o senador Aloysio Nunes (SP), um dos principais aliados do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), desqualificando o posicionamento do colega de partido. Conforme Aloysio "não será com esse tipo de proposta que o PT será derrotado".
Na luta para tentar unir o partido em torno da sua candidatura ao Planalto, que não tem o apoio de Serra, Aécio tratou de adequar o discurso. "Quando coloquei o fim da reeleição foi dentro de uma discussão mais ampla de uma reforma política. Não é uma posição ainda de partido porque temos posições divergentes respeitáveis dentro do próprio PSDB, imagine em todo o ambiente político." Para Aécio, a proposta pode ficar para depois. "É uma tese, mas não algo para agora. Existem outras questões federativas mais urgentes, como impedir que o governo federal faça bondade com chapéu alheio dando isenções tributárias com recursos dos municípios e estados", disse.
Fonte: Estado de Minas
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