Ex-governador de São Paulo evitou falar sobre as pré-candidaturas de Aécio e Dilma para 2014
Leonêncio Nossa
O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) não escondeu nesta quarta-feira em Brasília a mágoa que vive em relação à sua situação política, inclusive com uma disputa interna no PSDB. Atualmente, Serra tem ficado mais recolhido, com pouco espaço no cenário político e à parte de decisões do partido.
Durante palestra que ministrou sobre a Assembleia Constituinte de 1988 em uma faculdade em Brasília, Serra disse que o que vê hoje é uma frente unida contra o erário público. "No Brasil, não tem esquerda e direita na questão do Orçamento. Há uma frente unida contra o erário", afirmou quando falava de sua atuação nas questões sobre o Orçamento durante a Constituinte. "Nos países anglo-saxônicos, há até uma direita preocupada com o erário. No Brasil, são pródigos da mesma maneira", definiu.
Serra disse que, na Constituinte, figuras como o atual vice-presidente Michel Temer pertenciam ao Centrão, uma ampla base de apoio ao Governo Sarney, que foi muito criticada à época. Ele também afirmou, em tom irônico, que na Constituinte tudo que se referia ao presidente eleito e morto Tancredo Neves "era sagrado".
Depois da palestra, diante de perguntas de jornalistas, o ex-governador declarou que o que tinha afirmado sobre o passado não eram referências ao presente e repetiu diversas vezes que não iria comentar sobre as pré-candidaturas de Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e também da presidente Dilma. Serra ainda evitou comentar sobre pontos falados na sua palestra, como a atuação de lobistas no Legislativo, liberdade de imprensa e impostos.
Ao todo momento, o tucano se mostrou pouco simpático durante a entrevista. Quando indagado a dar mais detalhes sobre o fato de que os integrantes de esquerda e direita no Brasil são todos "pródigos" no trato com o erário, Serra disse que isso não é novo e que vem repetindo essa afirmação desde os anos 80.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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