* PM DEMORA 3 HORAS PARA AGIR E DIZ QUE TENTOU EVITAR FERIDOS * GRUPO PACÍFICO TENTA CONTER VIOLÊNCIA E MOSTRA DIVISÃO ENTRE ATIVISTAS * PELA PRIMEIRA VEZ, HADDAD ADMITE REVER REAJUSTE
São Paulo voltou a viver ontem uma noite de caos e protestos violentos. Manifestantes atacaram a sede da prefeitura, saquearam lojas, depredaram prédios públicos e privados e o relógio que faz a contagem regressiva para a Copa, na avenida Paulista.
A confusão começou após milhares de participantes cercarem a prefeitura, no centro. Um grupo tentou invadir o prédio com chutes e pedras e derrubar a porta principal com grades usadas para cercar o local.
Integrantes do Movimento Passe Livre e outros manifestantes tentaram conter o grupo, demonstrando uma divisão entre os participantes dos atos. Servidores que estavam do lado de dentro do prédio acompanhavam apavorados a tentativa de invasão.
No momento do ataque, às 18h50, Haddad estava fora da prefeitura. Ele fora ao encontro da presidente Dilma e do ex-presidente Lula em busca de uma solução para a crise.
Sem conseguir entrar, os manifestantes incendiaram uma van da TV Record e passaram a depredar bancos e a saquear dezenas de lojas de roupas, joias e eletrodomésticos. O Theatro Municipal, onde acontecia um espetáculo, foi cercado e pichado.
A PM demorou cerca de três horas para agir. Segundo a Secretaria da Segurança, isso aconteceu para evitar que pessoas sem relação com os atos de vandalismo fossem feridas. Após a intervenção da polícia, com uso da Tropa de Choque, 30 foram detidos.
O ato seguiu para a avenida Paulista, onde começou pacífico. No fim da noite, porém, houve mais depredação. Na rua Augusta, policiais reagiram com bombas; na Paulista, ficaram imóveis diante de provocações.
De manhã, Haddad admitiu a possibilidade de suspender o aumento da tarifa de R$ 3 para R$ 3,20, mas disse que, para isso, poderia aumentar impostos. Segundo o Datafolha, a descrença dos paulistanos nos Três Poderes é a maior em uma década. O apoio aos protestos cresceu.
Fonte: Folha de S. Paulo
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