Houve confronto com guardas-civis metropolitanos e saques de lojas. Pela manhã, prefeito Fernando Haddad admitia rever aumento da tarifa de ônibus, após reunião do conselho de notáveis. Seis capitais anunciaram redução do preço das passagens.
No sexto dia de protestos organizados pelo Movimento Passe Livre, em SP, um grupo de manifestantes tentou invadir no início da noite a sede da Prefeitura. Com uso de cassetetes e gás de pimenta, guardas-civis metropolitanos impediram a invasão. Dois deles ficaram feridos. Os manifestantes queimaram uma cabine da PM e um furgão da TV Record. Também saquearam lojas. Ao contrário das cenas de vandalismo registradas no centro, a manifestação na Avenida Paulista foi marcada pelo tom pacífico. Segundo a PM, cerca de 20 mil pessoas ocuparam a via. Pela manhã, o prefeito Fernando Haddad (PT) admitiu a possibilidade de rever o aumento da tarifa de ônibus. Seis capitais - Porto Alegre, Cuiabá, João Pessoa, Recife, Natal e Manaus - anunciaram redução do preço das passagens.
Grupo de manifestantes ataca sede da prefeitura de SP e fere 2 guardas-civis
Em mais um dia de protestos contra a tarifa em Sáo Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) esteve no foco das atenções. Pressionado até pelo seu conselho de notáveis, ele admitiu pela primeira vez a possibilidade de rever o aumento da passagem de ônibus. À tarde, no sexto ato organizado pelo Movimento Passe Livre, os manifestantes cercaram o Edifício Matarazzo, sede do governo municipal, e acuaram os guardas-civis no interior do prédio; dois deles ficaram feridos.
Em dois grupos, os manifestantes se dividiram entre ações pacíficas e violentas. Na Avenida Paulista, novamente interditada, o clima era de tranqüilidade. Já no Viaduto do Chá, a tensão era total: houve tentativa de arrombamento do Edifício Matarazzo, vidraças foram quebradas e a fachada, pichada, sob gritos de "quebrar, quebrar é melhor pra se manifestar". Na seqüência, o grupo colocou fogo em uma cabine da PM e em um furgão da Rede Rccord, por volta das 20h. Tudo isso aconteceu a cerca de 150 metros da sede da Secretaria da Segurança Pública do Estado. Só após o vandalismo, os bombeiros seguiram para a região, Não havia PMs na área. Alvo das ações anteontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não se pronunciou ontem nem teve agenda oficial.
Por volta das 18 horas, enquanto 0 grupo de manifestantes atacava a sede de governo - com secretários municipais fechados em uma sala de situação o prefeito estava reunido em um hotel da" zona sul com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como revelou o Broadcast Político, primeiro serviço em tempo real dedicado exclusivamente à cobertura política. A ideia era buscar uma saída política. No entanto, para analistas sociais como o professor de História Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP) Lincoln Secco, os efeitos políticos só serão notados a longo prazo.
Durante o dia, quatro capitais anunciaram redução no valor das tarifas, graças à medida provisória assinada no dia 31, que desonerou o setor. A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, destacou que agora caberá a cada município "saber o quanto ele pode reduzir e o quanto pode se aproveitar da desoneração que o governo federal está fazendo". Haddad deve ir hoje a Brasília, em busca-de apoio no Congresso para novas medidas.
Ontem, voltaram a ocorrer atos em solidariedade aos protestos paulistanos. Apesar de o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), ter recebido manifestantes, o Estado não ficou sem novas mobilizações, com destaque para São Gonçalo. Houve também concentrações no exterior, em .Londres, Barcelona, Copenhague, Sidney, Hamburgo, Berlim, Nova York e Londres. Preocupada com "detenções-arbitrárias", a ONU pediu uma investigação independente.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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