Entidade criticava aumento de bondes; ato lembrará hoje encontro de 1968
BRASÍLIA - Protestos contra aumentos nas passagens do transporte coletivo não são novidade no movimento estudantil. Em 1956, a União Nacional dos Estudantes (UNE) promoveu uma campanha contra o reajuste da tarifa dos bondes, no Rio de Janeiro. O movimento cresceu e ganhou o apoio de sindicatos de trabalhadores. Ao reprimir os protestos, a polícia invadiu o prédio da UNE na época, na Praia do Flamengo, no Rio.
O tumulto virou assunto político discutido na época na Câmara dos Deputados e no Palácio do Catete, sede do governo federal. O presidente Juscelino Kubitschek chegou a convidar os dirigentes da UNE para uma conversa em seu gabinete. Na conversa, pediu para o então presidente da entidade, Carlos de Oliveira, se sentar em sua cadeira presidencial. E aproveitou para pedir ajuda aos estudantes para evitar novos confrontos.
Hoje, um ato em São Paulo irá reunir ex-estudantes presos no histórico 30º Congresso da UNE de Ibiúna, no interior de São Paulo, em outubro de 1968. Pelo menos 20 dos 720 estudantes que foram presos naquele congresso já confirmaram presença. A iniciativa desse reencontro é da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e da União Estadual dos Estudantes (UEE) de São Paulo. Confirmaram presença os petistas José Dirceu e José Genoino, condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão.
Haverá sessão da Comissão de Anistia que concederá a condição de anistiado político a dois daqueles estudantes: Etelvino José Henrique Bechara, que foi levado para o presídio Tiradentes e monitorado até 1984; e Gonzalo Castro Barreda, também detido e perseguido durante anos.
Fonte: O Globo
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