Reunido em Carpina, grupo ligado ao senador não poupa a presidente Dilma Rousseff de críticas sobre a volta da inflação. E faz elogios a Eduardo Campos
Gabriela López
O PMDB jarbista protagonizou, ontem, mais um capítulo da dissidência com o comando nacional, durante o 2º Encontro Regional, realizado em Carpina, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. O que seria um evento com lideranças partidárias para discutir o tema Pacto Federativo e Desigualdades Regionais tornou-se um palanque da cúpula ligada ao senador Jarbas Vasconcelos recheado de ataques ao governo federal e com defesa enfática do apoio à possível candidatura do governador Eduardo Campos (PSB) ao Palácio do Planalto. Com Michel Temer na vice-presidência do Brasil, a direção nacional defende a manutenção da aliança com Dilma Rousseff (PT).
O mote das críticas foi a volta da inflação. "O PT não fez nenhuma reforma, porque é populista. E o que o populismo gosta de fazer é o discurso fácil, para ter aplauso fácil. Mas, agora, a crise está chegando e cobrando a conta do que não foi feito", disparou o deputado federal e secretário-geral da sigla no Estado, Raul Henry.
Segundo o parlamentar, o Brasil mais do que triplicou sua receita nos últimos dez anos - nos quais o PT esteve no comando do governo federal -, contabilizando R$ 400 bilhões a mais de arrecadação e, em vez de se investir em infraestrutura, se aplicou "no ralo do custeio".
"É a hora de mudar esta realidade para darmos melhor condição de vida para a nossa população. É por isso que nós estamos estimulando a candidatura a presidente do governador Eduardo Campos", completou.
No seu discurso no evento - que reuniu lideranças de 14 cidades -, Jarbas Vasconcelos acusou o governo de "mentir" ao dizer que não há inflação e que as despesas estão controladas. Ele ainda avaliou que a oscilação de preços é resultado de gastos elevados de custeio somados ao baixo investimento. "Hoje a presidente Dilma Rousseff só pensa na reeleição", declarou.
Em entrevista ao JC, o presidente estadual da sigla, Dorany Sampaio, negou conotação eleitoral, mas endossou as críticas. Disse que o objetivo foi mostrar a realidade do Nordeste, que, para ele, continua discriminado. Ele avaliou como "atraso" os dez anos de administração do PT. Na análise dele, "nada andou".
O tema do encontro, pacto federativo, foi o mote adotado por Eduardo Campos, após o primeiro turno das eleições de 2012, para iniciar sua campanha velada a presidente.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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