Ataque de Vanucchi a Gleisi pela condução dos conflitos indígenas é visto como "inoportuno" e "irresponsável"
Tânia Monteiro
BRASÍLIA - Os ministros da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, divulgaram nota ontem como forma de desagravo à colega de Esplanada Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Ela foi alvo de críticas do ex-ministro do governo Lula Paulo Vanucchi, para quem Gleisi estaria "visivelmente alinhada" com os fazendeiros na condução dos conflitos com indígenas. A titular da Casa Civil, através de sua assessoria, considerou a declaração do ex-ministro "irresponsável".
Vanucchi fez as críticas a Gleisi em entrevista à Rádio Brasil Atual, vinculada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). O ex-ministro de Lula - recém-eleito para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), com apoio do Palácio do Planalto - também afirmou que Carvalho e Maria do Rosário estariam "espremidos" dentro do governo, pois não conseguiriam emplacar a pauta dos movimentos sociais diante da suposta postura pró-fazendeiros de Gleisi.
Tanto Carvalho quanto Maria do Rosário afirmaram que há uma "política unitária" no governo em relação à questão indígena, "resultado da convergência de diferentes pontos de vista, sob a direção da presidenta Dilma Rousseff". Para eles, as críticas de Vanucchi são "inoportunas e desprovidas de fundamento na realidade dos fatos",
Gleisi, segundo sua assessoria, afirmou que os ex-ministro "não tinha informação sobre os fatos" ao criticá-la e que, se essa postura for mantida, o novo integrante da comissão da OEA "prejudicará o Brasil".
A polêmica começou após Gleisi defender que outros órgãos do governo, além da Fundação Nacional do índio (Funai), participem do processo de demarcação de terras indígenas. As mudanças nas regras devem ser aprovadas neste mês.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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