quarta-feira, 12 de junho de 2013

Popularidade de Dilma cai de 56,6% para 54,2%, segundo CNT

Avaliação negativa aumentou de 7% em julho do ano passado para 9%

Flávia Pierry, Cristiane Jungblut

BRASÍLIA — A popularidade do governo da presidente Dilma Rousseff caiu para 54,2% de avaliação positiva, segundo pesquisa do instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta terça-feira. Na pesquisa anterior, de julho de 2012, a avaliação positiva do governo Dilma era de 56,6%. Além disso, a avaliação negativa aumentou, passando de 7% em julho do ano passado para 9%.

— A gente não considera uma pequena queda. Essa queda é visível. Ela está em queda, as outras pesquisas demonstram isso — afirmou o senador Clésio Andrade, presidente da CNT.

A condução da economia feita pelo governo Dilma é o que está prejudicando sua avaliação, afirmou o senador:

— A inflação principalmente, a paralisia do governo, falta de investimentos públicos, o dólar subindo, que afeta a classe média e classe média alta. Você tem alguns fundamentos econômicos que sem dúvida estão pesando nessa queda.

De acordo com a 113ª edição da pesquisa, a aprovação pessoal da presidente também caiu, passando de 75,7% na pesquisa anterior para 73,7% no levantamento divulgado hoje. A desaprovação sobre a presidente aumentou, passando de 17,3% para 20,4%.

Na comparação com o governo Lula, também piorou a avaliação do governo da presidente Dilma. Na pesquisa anterior, 15,9% dos entrevistados consideravam a gestão Dilma melhor que a de Lula, ao passo que agora essa avaliação caiu para 12%. Cresceu a percepção de que o governo Dilma está igual ao de Lula, para 57% dos entrevistados, ao passo que na pesquisa anterior essa era a visão de 48,2% das pessoas.

A principal marca do governo Dilma, aponta a pesquisa, seria sua associação ao governo Lula, para 42,9% dos entrevistados.

A oposição reagiu às pesquisas que mostram a popularidade de Dilma caindo, e considerou isso mostra que ela enfrentará dificuldade para se reeleger em 2014.

— A presidente Dilma era imbatível há um ano, é competitiva hoje, vai para o segundo turno e vai perder a eleição — disse o líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado (GO).

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o percentual de péssimo e ruim não subiu e que isso é importante.

— Estamos seguros quanto às medidas tomadas pela presidente Dilma quanto à geração de empregos — disse Chinaglia.

Eleição de 2014

Sobre o cenário para as eleições presidenciais de 2014, a pesquisa aponta no primeiro cenário (com a candidatura do governador Eduardo Campos) vantagem de Dilma no primeiro turno, com 52,8% das intenções de voto. Nesse cenário, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teria 17% das intenções de voto; Marina Silva (Rede Sustentabilidade) ficaria em terceiro lugar, com 12,5% das intenções de voto; e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), teria 3,7%.

No segundo cenário para o primeiro turno das eleições, sem Eduardo Campos, Dilma teria 54,2% das intenções de voto; Aécio ficaria em segundo lugar, com 18%, e Marina Silva viria em terceira, com 13,3% dos votos. No segundo turno, Dilma ganharia em todos os cenários, contra Aécio, Mariana e Campos.

Mas caso todos os candidatos fossem conhecidos pelos eleitores, a intenção de voto de Dilma cai. A presidente ficaria com 44,1% das intenções de voto, contra 22,8% para Aécio e 14,2% para Marina. Campos teria 5,8% das intenções de voto.

Segundo a pesquisa, Dilma é conhecida por quase a totalidade dos entrevistados (99,5%), que a conhecem ou já ouviram falar. Quanto a Aécio, o total de pessoas que conhecem ou ouviram falar soma 72,6%. Sobre a Marina Silva, 75,6% tem algum grau de conhecimento sobre a provável candidata, e Eduardo Campos é conhecido em algum grau por 45% dos entrevistados.

Inflação e risco de apagão

A percepção da inflação foi medida nesta edição da pesquisa. De acordo com o levantamento, 36,7% afirmam que o impacto da inflação na renda familiar é “alta”. Outros 36,6% avaliam esse item como “moderado”, e 18,6% percebem a inflação com impacto “baixo” na renda familiar.

O risco de apagão de energia elétrica também foi listado na pesquisa. Para 41,2% dos entrevistados há risco de um apagão ainda este ano. Já 51,7% afirmam terem percebido a queda nas tarifas de energia.

Para Andrade, a pesquisa mostra que a percepção da população sobre saúde, segurança e educação piorou. Também pesa contra a popularidade do governo Dilma a política econômica, mas Andrade reforça que ainda é muito alta a avaliação positiva da gestão Dilma e da presidente.

- O governo está com dificuldade de gestão e isso pode pesar. Só desoneração não será suficiente. É preciso alavancar os investimentos. Mas a popularidade da presidente Dilma ainda é muito alta, mesmo, mas o governo não pode descuidar das questões que foram aqui faladas – afirmou.

Temas sociais

A pesquisa ainda apurou a percepção do brasileiro sobre temas sociais. Sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo, a maioria é contra e apenas 38,9% são favoráveis. Sobre a possibilidade de adoção de crianças por casais de pessoas do mesmo sexo, 43,5% afirmam serem a favor.

A maioria dos entrevistados afirmou ser a favor da redução da maioridade penal (92,7%), de 18 para 16 anos. Porém, 69,7% são a favor da redução da maioridade civil para 16 anos.

Para a pesquisa, informou a entidade, foram entrevistadas 2 mil pessoas, em 134 municípios de 20 estados, entre os dias 1 e 5 de junho. O estudo foi feito em parceria com o instituto de pesquisas MDA.

Fonte: O Globo

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