Movimentos ligados ao campo - MST entre eles - acertam com a presidente Dilma mobilizações no País no dia 11
RIO - Organizações sociais do campo, entre elas o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), realizarão uma mobilização no dia 11 de julho e uma das reivindicações será a defesa de um plebiscito para reforma política. As entidades aproveitaram a reunião com a presidente Dilma Rousseff, ontem, para entregar uma carta com dez reivindicações ao governo. Entre os pontos estão a recuperação da soberania sobre terras brasileiras por meio da desapropriação de terras controladas por empresas estrangeiras, o assentamento imediato de famílias para a reforma agrária e o incentivo de crédito para a produção de alimentos baratos.
"Vamos à rua no dia 11 (de julho) para fazer uma paralisação nacional no País e pela defesa de um plebiscito", disse Alexandre Conceição, membro da direção do MST. Segundo ele, um dos temas da marcha será a reforma política. "Vamos fazer esse debate pelo plebiscito em que as questões não sejam apenas de cunho eleitoral, mas de participação política. Não nos sentimos mais representados pelo Congresso, hoje financiado pelo grande capital. Precisa ser um plebiscito amplo, para além da reforma eleitoral".
Indagado se o MST e demais organizações atuariam em defesa do governo, que encampa o plebiscito, Conceição negou. "A participação popular e a representatividade sempre foram bandeiras nossa, não é de governo. Vamos para a rua não para defender governo, mas o projeto político, que, para nós, é a reforma agrária e a produção de alimentos saudáveis", colocou.
Embora tenha considerado que o resultado da reunião foi positivo, Alexandre Conceição criticou o engessamento das políticas de reforma agrária no mandato de Dilma Rousseff. "Colocamos para ela que, na atual gestão, a reforma agrária está paralisada. São poucas as desapropriações de terra e os números são muito vergonhosos, mas nós esperamos que agora a gente possa avançar", assinalou Alexandre Conceição.
Reivindicações
Além das desapropriações de terras, o documento elaborado pelas organizações pede a demarcação imediata das terras indígenas e quilombolas e o banimento de agrotóxicos vetados em outros países. Também consta na carta uma cobrança por uma política mais efetiva de desmatamento e programas para a erradicação do analfabetismo.
Na carta, os movimentos sociais do campo pedem que o governo retire o regime de urgência do novo Código da Mineração, que tramita atualmente no Congresso. Eles defendem ainda a "suspensão de todos os leilões de privatização de áreas de perímetro irrigados no Nordeste" e o fim da lei Kandir, que "isenta de impostos as grandes empresas exportadoras de matérias primas agrícolas".
"A relação desafinou"
Presidente Dilma pediu a petistas para dialogar com aliados e reafinar discurso
BRASÍLIA - Líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), que a relação do governo com sua base, especialmente com o PMDB, "desafinou". Segundo ele, Dilma pediu ajuda ao PT para tentar "reafinar". Apesar dos problemas com aliados, as manifestações e a queda da popularidade, o líder disse que a presidente está segura e com o astral em alta.
"A presidente pediu apoio do PT na recomposição da base, no diálogo com os partidos, especialmente com o PMDB. O PMDB integra a nossa aliança e é fundamental a gente afinar a viola. Vamos trabalhar para rearticular e pacificar a base", disse Guimarães, após encontro com a presidente e bancada.
Segundo ele, Dilma disse que o PT e o governo precisam estar mais juntos e que o partido respondeu que está com ela "até debaixo d"água". Sobre o plebiscito, o líder pontuou que Dilma reiterou sua vontade de que ocorra de imediato. O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), informou que as assinaturas para o decreto legislativo que inaugura o processo de consulta começarão a ser recolhidas.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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