Estava terminando a leitura de um livro, “Irmãos”, de um autor americano, que procura desvendar a história dos Kennedy –John, o presidente assassinado, e Robert, seu irmão, que fora o procurador geral do governo dos EUA, depois senador e candidato nas primárias para a indicação para disputar a presidência quando foi também assassinado – e anotei, ao final, duas frases que Robert disse durante uma entrevista a um programa de TV.
A primeira foi ao responder por que ele ainda estava na arena política diante das circunstâncias tão terríveis de ter assistido ao assassinato do irmão sem que até então – e mesmo até agora – o mesmo tivesse sido solucionado e diante da podridão moral em que se encontrava o país que se envolvia em guerras absurdas que consumiam milhares de vidas. Robert disse que não era um sacrifício. “As pessoas mais infelizes do mundo são aquelas preocupadas apenas consigo mesmas”,disse.
A segunda quando o entrevistador perguntava se ele era um otimista. Anuiu com a cabeça e disse: “Apenas porque não se pode viver de outra maneira, não é?”
Foram duas frases de um homem de caráter, sério, preocupado com o ser humano e com o seu país.
Logo em seguida me dediquei à leitura dos jornais do dia e me deparei com uma declaração do nosso Lula, no Acre, em que ele falava de patriotismo dizendo que só ter visto as pessoas cantarem o hino estadual com fervor no Acre e no Rio Grande do Sul, e saiu-se com essa:“Pergunte ao governador de São Paulo se ele sabe cantar o hino de São Paulo que ele não sabe”. Uma provocação gratuita fazendo aquilo que ele sabe – e só isso – fazer.
Nada tem a ver uma coisa com outra mas algo me fez retornar à leitura daquelas declarações de Robert Kennedy em sua entrevista. Mas que diferença! A pequenez do intelecto de um Lula em confronto com o senador assassinado. Que tristeza. O que o Lula vai deixar na nossa história como valores a serem seguidos pelas novas gerações? Alguém ainda consegue vê-lo preocupado com algo que não seja ele mesmo?
Mas, é preciso ser otimista, não se pode viver de outra maneira, não é?
Alberto Goldman, vice- presidente nacional do PSDB
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