2014. Governador demarca posição ao falar do aceno lulista
Débora Duque
O governador Eduardo Campos (PSB) enviou uma nota à imprensa, ontem, para se manifestar sobre as últimas declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito de seu projeto nacional. No texto, Eduardo adota um tom elogioso em relação ao petista, coloca-se na condição de aliado, mas demarca, mais uma vez, a possibilidade de lançar sua candidatura à Presidência da República, em 2014. "O presidente Lula sabe que as forças políticas podem perseguir objetivos comuns tendo cada uma seu candidato. A trajetória dele comprova isso. O importante é haver o respeito", afirma.
Na terça-feira (13), Lula manifestou sua intenção de conversar, em breve, com Eduardo sobre a disputa presidencial e defendeu que ambos estejam "juntos", em 2014. "Eu acho que temos de estar juntos porque o Brasil precisa que nós estejamos juntos", afirmou durante entrevista em Brasília. Na ocasião, o ex-presidente ainda negou considerar uma "traição" uma possível candidatura presidencial de Eduardo.
Buscando afastar especulações sobre o esfriamento da relação com Lula, Eduardo frisou a "amizade de muitos anos" com o ex-presidente. Também disse que "conversar com Lula não é notícia". "Sempre que precisamos a gente conversa. Aliás, o que está faltando é o Brasil conversar mais. Se as forças políticas conversassem mais quem sairia ganhando seria o Brasil", acrescentou.
Na nota, Eduardo ainda reforça que a decisão do PSB sobre as eleições do ano que vem só será tomada em janeiro e avisa que, antes disso, o partido pretende conversar com "todas as forças políticas". "Na hora certa, o PSB vai tomar sua decisão, e para isso certamente vai dialogar antes com todas as forças que têm o projeto comum de construir um Brasil melhor".
Internamente, socialistas "comemoraram" a declaração do ex-presidente. Primeiro, por acreditarem que o posicionamento de Lula é um reconhecimento, definitivo, do ingresso do governador no jogo nacional. Em seguida, pelo fato de Lula ter rejeitado, ao menos publicamente, a pecha de "traidor" que setores do PT tentam, segundo socialistas, pregar em Eduardo. Apesar do aceno do ex-presidente, a possibilidade de o governador vir a ocupar a vice da presidente Dilma Rousseff (PT) continua sendo descartada nos bastidores.
Mesmo considerando positiva as colocações do petista, integrantes do PSB pernambucano ponderam, em reserva, que o descolamento do governador em relação ao PT não será encarado de maneira "diplomática" como foi o discurso de Lula. "É um sinal de respeito e de medo. Isso é bem visto. O problema é como será a retaliação depois", pontuou um deles.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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