Prováveis protagonistas da disputa de 2014 participam de eventos em diversos estados, especialmente em grandes redutos eleitorais dominados por adversários
Juliana Braga, Adriana Caitano
A menos de um ano do início oficial da campanha eleitoral de 2014, três dos presidenciáveis têm intensificado agendas de viagens a lugares onde não são conhecidos ou dominados por adversários. O destino mais frequente tem sido São Paulo — o maior colégio eleitoral do país. A presidente Dilma Rousseff, por exemplo, esteve quatro vezes nas últimas duas semanas no estado. O senador tucano Aécio Neves também começa sua odisseia em terras paulistas, assim como o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Marina Silva e José Serra (PSDB) têm concentrado esforços para resolver entreveros relacionados às suas possíveis candidaturas.
Desde 10 de agosto, a presidente teve seis agendas: Itapira, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo e São Paulo, no estado paulista, além de Porto Alegre (RS) e São João del-Rei, em Minas Gerais, berço político do ex-presidente Tancredo Neves e seu neto, Aécio. Na cidade mineira, ela anunciou liberação de recursos para o PAC Cidades Históricas, que beneficiará outros 44 municípios, justamente na Rua Tancredo Neves.
Já Aécio, que fez questão de deixar claro o desconforto com a ida de Dilma a Minas, começou ontem em Ribeirão Preto uma série de viagens pelo interior de São Paulo. Hoje, ele aproveita para ir a Barretos. A agenda do senador prevê ainda encontros regionais com lideranças e prefeitos do partido. O primeiro será em Curitiba, em 13 de setembro, e reunirá representantes do Paraná, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A ideia é fazer encontros semelhantes em Maceió, Manaus e Goiânia.
Apesar da movimentação, ele nega que as viagens tenham relação com a candidatura. “Como presidente do partido, inicio esta semana um roteiro de viagens pelo Brasil. Essa é a minha agenda para este ano, 2013. No ano de 2014, aí sim o PSDB definirá quem vai conduzir as suas bandeiras.”
O governador de Pernambuco , Eduardo Campos, também anda concentrando esforços em São Paulo. Ele esteve na capital na última quinta-feira para participar de uma palestra com sindicalistas da área de habitação e volta à cidade na segunda, estendendo a viagem até Santos.
Enquanto os pré-candidatos rodam o país preparando o terreno para a campanha, o ex-governador de São Paulo José Serra briga para realizar prévias no PSDB. Na última terça-feira, ele se reuniu com lideranças no Senado e jantou com 11 parlamentares. Já Marina Silva ainda pena para conseguir o registro de seu partido, a Rede Sustentabilidade. A Justiça Eleitoral questionou as assinaturas coletadas em cinco estados e os organizadores da legenda alegaram irregularidades na verificação. Após pedido de informações da Corregedoria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os cartórios eleitorais responderam ontem que a reclamação não procede. Mesmo com os contratempos, o grupo que comanda a criação da legenda entregará os documentos para registro ao TSE na segunda-feira.
Avaliação
Todos os pré-candidatos têm como desafio ainda conter as chances de Dilma se reeleger. Depois de meses tendo de lidar com a baixa popularidade, a presidente ganhou novo fôlego para a disputa: pesquisa divulgada ontem pelo Ibope apontou a avaliação de seu governo em ótimo ou bom cresceu 7% desde a última sondagem, de 12 de julho, chegando a 38% do total de entrevistados. A pesquisa, feita em parceria do Ibope com o jornal O Estado de S. Paulo, foi entre 15 e 19 de agosto, com 2.002 entrevistas em 143 municípios de todas as regiões do Brasil.
Dilma recebe Fernando Morais
Autor das biografias mais conhecidas de Assis Chateaubriand e de Olga Benário, o escritor Fernando Morais foi recebido ontem em audiência pela presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada. Morais está trabalhando em um livro sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, centrado no período compreendido entre 1980 — quando Lula, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi preso pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) — até 2010, último ano de seu mandato presidencial.
Lula ironiza Alckmin no Acre
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ao dizer, em tom de brincadeira, que o tucano não saberia cantar o hino do próprio estado. “Pergunte ao governador de São Paulo se ele sabe cantar o hino de São Paulo, que ele não sabe”, disse Lula, ontem, ao participar de solenidade em Rio Branco a convite do governador do Acre, Tião Viana (PT). Em clima de comício, o ex-presidente aproveitou os compromissos no estado para rebater críticas a governos petistas.
Fonte: Correio Braziliense
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