Executiva nacional do PSB se reúne semana que vem com líder do partido no Rio
Júnia Gama
BRASÍLIA - Mesmo com a declaração do presidente do PSB no Rio, Alexandre Cardoso, de que não deixará o comando do diretório por se posicionar contra a candidatura própria a presidente e a governador em 2014, a cúpula nacional do partido não descarta seu afastamento. Há uma certa cautela por parte de alguns dirigentes sobre a ideia de intervenção no diretório fluminense, mas aliados do governador Eduardo Campos (PE) no Congresso defendem o enquadramento.
- Com a decisão sobre as candidaturas próprias já tomada, o partido, em todos os estados, terá de se conformar a ela. (O afastamento de Alexandre Cardoso) é uma das alternativas. Se não for possível o entendimento, o partido tem seus meios legais e legítimos para definir isso - afirmou o líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF).
O senador reforça que a prioridade do partido é oferecer palanques fortes nos estados para abrigar a candidatura presidencial de Eduardo Campos e fortalecer a chapa de deputados federais. Nesse contexto, afirma, não será possível o partido ficar ao lado de Luiz Fernando Pezão, candidato do governador Sérgio Cabral ao governo do Rio.
- Neste momento, não há condição política de continuar apoiando o governo Cabral ou a candidatura de Pezão. A prioridade é fortalecer a chapa de deputados federais, e, nesse cenário do Rio, a perspectiva colocada pelo Alexandre Cardoso não atrai ninguém. Com o partido construindo uma candidatura à Presidência da República, é preciso um reforço nos palanques estaduais. É óbvio que, nessa configuração, não será possível o PSB apoiar o Pezão - ressaltou Rollemberg.
Já o secretário-geral do diretório nacional do PSB, Carlos Siqueira, preferiu evitar um embate direto com Cardoso. Disse ontem que ainda não se fala em intervenção no diretório do Rio, e que a ideia é apostar no diálogo. Mas deixa claro que, se não houver consenso rápido, antes de 30 dias, o PSB tomará uma decisão, e a posição de Alexandre Cardoso não prevalecerá. A preocupação é com o prazo de filiação, início de outubro, para atrair novos filiados ao projeto de candidaturas próprias.
- Achamos que houve um equívoco em não apostar em candidatura própria no Rio, porque o partido tem um projeto próprio tanto nacional quanto estadual, que deve estar sintonizado. Discordamos da posição do Alexandre, a opinião dele não pode prevalecer sobre a do partido - disse Siqueira.
No Rio, Cardoso voltou a manifestar suas preferências para 2014, que contrariam o PSB:
- Acho que os mais preparados são a Dilma e o Pezão. Eu, inclusive, quero participar da coordenação (da campanha) do Pezão para trabalhar a questão dos municípios.
O presidente do PSB no Rio considerou um "suicídio" a ideia de lançar a candidatura do ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão ao governo do estado.
- O Temporão não tem nenhuma experiência política, de contato popular, como pode ser candidato? Querem acabar com o partido? Se as pessoas querem fazer suicídio, que façam sozinhas.
Está marcada para esta terça-feira uma reunião de comissão da Executiva Nacional, com Siqueira, Márcio França, Rollemberg e Roberto Amaral, para conversar com Alexandre Cardoso no Rio.
Fonte: O Globo
Um comentário:
Alexandre Cardoso esta levando dinheiro, igual a muitos prefeitos e vice-prefeitos no estado do RJ.
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