Um dia após o adiamento da decisão sobre embargos infringentes no STF, Lula foi a Brasília se reunir com Dilma e Rui Falcão.
Um dia após impasse no mensalão, Dilma e Lula têm reunião reservada
Em pauta, as eleições de 2014 e a crise com o PSB de Eduardo Campos
BRASÍLIA - Em meio à polêmica de um provável novo desfecho para o julgamento do mensalão, o ex-presidente Lula viajou de São Paulo para Brasília, ontem, para se reunir com a presidente Dil-ma Rousseff. O encontro, de caráter reservado e partidário, ocorreu na Granja do Torto e contou com a participação do presidente do PT, Rui Falcão.
A possibilidade de o julgamento do mensalão se estender e coincidir com as eleições do ano que vem preocupa o Palácio do Planalto e o PT. O temor é que a manutenção do assunto na ordem do dia e o risco de expoentes petistas serem presos no auge do primeiro turno da campanha eleitoral prejudiquem o projeto de reeleição de Dilma.
O ex-ministro José Dirceu e os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP) foram condenados à prisão — os dois primeiros em regime fechado e o terceiro em semiaberto, ou seja, dormindo na cadeia. Essas penas podem ser revistas caso o STF decida pela validade dos embargos infringentes.
A presidente tem reuniões periódicas com Lula, seu principal conselheiro, para avaliar a conjuntura política. Esses encontros geralmente acontecem em um hotel em São Paulo, onde mora o ex-presidente. É a terceira vez neste ano em que a conversa ocorre em Brasília.
Outro dos assuntos discutidos teria sido a permanência do PSB no governo, diante da inevitável candidatura do presidente do partido, governador Eduardo Campos (PE), à Presidência.
As críticas feitas pelo socialista a à gestão Dilma têm irritado os petistas, e há uma pressão, na base do partido, para que Dilma tire do governo o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), da cota de Campos. Lula tem colocado panos quentes na irritação petista, temendo jogar Campos de vez nos braços do pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG). Dilma e integrantes da cúpula petista não engoliram o encontro em que os dois negociaram palanques comuns nas eleições do ano que vem em estados como São Paulo e Minas.
Em encontros com empresários, Campos tem criticado as políticas econômica e tributária do governo Dilma e, indiretamente, a imagem de boa gestora construída pela presidente na campanha eleitoral. Essas críticas serão reforçadas na próxima semana por Aécio, em programa de TV do PSDB.
Para se contrapor à ofensiva do oposicionista, Dilma voltou pela quarta vez em pouco mais de um mês a Minas Gerais, para participar, em Uberlândia, de formatura de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Em clima eleitoral, Dilma apresentou o ministro Fernando Pimentel, provável candidato do PT ao governo de Minas.
Fonte: o Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário