PMDB não aceitará que presidente apoie dois candidatos na disputa pelo Guanabara
Cássio Bruno
Mesmo que o PT já tenha estipulado como prioridade o lançamento da candidatura do senador Lindbergh Farias para a disputa do governo estadual, o vice-governador do Rio e pré-candidato do PMDB, Luiz Fernando Pezão (PMDB), assegurou ontem que o partido não considera a hipótese de permitir que a presidente Dilma Rousseff tenha palanque duplo no estado. Pezão tratou da campanha de 2014 após o vice-presidente Michel Temer defender o lançamento da candidatura peemedebista no Rio para a sucessão de Sérgio Cabral.
— Não existe isso (palanque duplo). Na hora certa, vamos reatar a aliança ( com o PT). Mas temos a nossa candidatura — afirmou o vice-governador. Questionado sobre como o impasse poderia ser resolvido, Pezão, de forma enfática, jogou a resposta para o Palácio do Planalto: — Aí, você liga para a Dilma.
No entendimento do vice-governador, porém, ainda existe tempo suficiente até junho — quando as candidaturas devem ser oficializadas junto à Justiça Eleitoral — para chegar a um consenso com o PT: — Vamos devagar. Estamos vencendo uma etapa de cada vez. A política muda a toda hora. Você não viu a aliança do (governador de Pernambuco) Eduardo Campos e da (ex-senadora) Marina Silva?
Lindbergh: PMDB antidemocrático
Questionado sobre a postura de Pezão, o senador Lindbergh Farias acusou o PMDB de adotar uma postura antidemocrática diante da disposição petista de lança candidato próprio no estado Rio: — Esse assunto, da nossa parte, está superado. Nossa candidatura mostrou força, resistiu a toda essa pressão antidemocrática do PMDB e está consolidada. Eles (PMDB) têm todo o direito de lançar o seu candidato. o PT fluminense não vê problemas de Dilma subir em outros palanques.
Na avaliação dos petistas, não haverá prejuízos à aliança nacional com o PMDB. Para a deputada federal Benedita da Silva, o efeito é ao contrário: — São vários os palanques onde Dilma poderá estar. Com isso, ela terá mais condições de atrair os eleitores. A campanha deles (PMDB) também é nossa. O Temer é Dilma. Este mês, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, ressaltou que a candidatura de Lindbergh é uma prioridade para os petistas, irritando Cabral.
Falcão também se encontrou com o deputado federal Anthony Garotinho (PR), outro pré-candidato ao governo. O deputado federal Luiz Sérgio tem o mesmo discurso: —A Dilma pode ter quatro palanques, com Lindbergh, Pezão, Garotinho e até o ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB), que já se põe como pré-candidato. Se as lideranças tiverem maturidade, não haverá problema.
Para o deputado federal Alessandro Molon (PT), Temer acertou ao apoiar a pré-candidatura de Pezão: — São mais opções para o eleitor votar. Isso não afeta em nada o cenário nacional.
Fonte: O Globo
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