domingo, 1 de dezembro de 2013

Casamento está ameaçado em quase todos os estados

Saída pode ser separar o PSB da Rede onde não há consenso sobre aliança

Em relação aos acertos políticos e aos obstáculos impostos por Marina Silva à costura de coligações com partidos tradicionais, a saída em discussão na equipe de Eduardo Campos é separar a Rede do PSB onde não houver consenso sobre as alianças. Ou seja, em quase todos os estados. Há algumas semanas, em um encontro na casa do deputado Waiter Feldman (PSB-SP), em São Paulo, Campos teve uma conversa franca com Marina.

— Para você me encontrar vivo como eu estava quando você chegou, algumas pessoas me trouxeram vivo até aqui. E não posso me desfazer dessas pessoas agora — disse, citando seus companheiros mais fiéis, os deputados Márcio França (SP) e Beto Albuquerque (RS) e o senador Rodrigo Rollemberg (DF), que estão articulando alianças regionais para o PSB.

C problema mais visível é em São Paulo, onde França trabalha, avalizado por Campos, para ser vice do tucano Geraldo Alckmin — e Marina ainda não desistiu de lançar Feldman.

— O casamento entre Rede e PSB vai até onde não atrapalhar a campanha de Eduardo. Na prática, é impossível só lançar e apoiar gente nova. Em São Paulo, uma candidatura sem Alck-min pouco acrescentaria ao projeto nacional do PSB. Como Marina não apoia Alckmin, deve ficar neutra lá, se fecharmos a aliança com o PSDB — diz França.

O mesmo acontece no Rio Grande do Sul, onde o PSB tenta aliança com o PP da senadora Ana Amélia. Ela seria candidata ao governo; Beto Albuquerque, ao Senado.

As primeiras duas semanas depois da adesão de Marina foram de festa e capitalização do voto de protesto da Rede. Na terceira semana, contam socialistas, começaram os problemas. Há relatos de que, numa reunião em São Paulo, empresários disseram taxativos a Campos:

— No nosso campo, tudo o que você tinha, você perdeu. Como mudar o que você vem prometendo com Marina a seu lado?

Por isso, Campos agora tem focado sua ação em SP: ao lado dos ex-ministros da Agricultura Roberto Rodrigues, Alisson Paulinelli e Francisco Turra, tem feito reuniões frequentes com líderes do agronegócio

Fonte: O Globo

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