No interior de São Paulo, presidenciável do PSDB anuncia para os próximos dias lançamento de medidas que vão integrar o plano de governo tucano na corrida pelo Palácio do Planalto
Bertha Maakaroun
Em Bauru, mais de mil militantes receberam Aécio, que reiterou as críticas à atual política econômica
Depois de reiterar as críticas à gestão do PT, que, segundo ele, coloca em risco a estabilidade da moeda alcançada com o Plano Real, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), anunciou ontem em Bauru, São Paulo, o lançamento nos próximos dias de um conjunto de propostas que deverão integrar o plano de governo tucano na disputa ao Palácio do Planalto.
Embora ainda sem a oficialização do candidato, a reunião em Bauru, organizada pelo ex-presidente do PSDB paulista deputado estadual Pedro Tobias, foi um ato pró-Aécio, o maior realizado em São Paulo até o momento. Mais de mil militantes de 70 cidades da região aderiram ao encontro, que teve a performance de banda com músicas mineiras, dupla sertaneja e locutor de rodeio. Aécio ganhou um arco e flecha do índio Thiago Oliveira, que foi ao evento com um grupo de uma aldeia em Avaí, na região de Bauru. Dentro da sua caravana pelo interior paulista, anteontem Aécio foi a Franca e nos próximos dias estará em Campinas e em Sorocaba.
Em discurso à militância tucana paulista, Aécio disse que a agenda da estabilidade econômica está em risco na gestão petista. "O PT coloca em risco as principais conquistas vindas do PSDB, a começar pela estabilidade da moeda, passando pela responsabilidade fiscal, e tudo isso emoldurado por algo que é essencial: a credibilidade do país", disse referindo-se à ameaça de rebaixamento da classificação do Brasil pelas agências internacionais de risco. "O rebaixamento na nota de crédito de rating do Brasil, que eu espero não ocorra, inibe os investimentos. Isso é essencial para o Brasil", afirmou.
Para o tucano, o Brasil debate hoje uma agenda que já deveria estar superada. "A agenda que achávamos que tínhamos superado lá atrás, é a agenda de hoje, da instabilidade econômica, do retorno da inflação, da perda de credibilidade", afirmou. "Na hora em que devíamos estar aqui discutindo uma agenda nova para o mundo, de inovação com o aumento de produtividade, as empresas brasileiras entrando nas cadeias globais de produção, um alinhamento internacional não ideológico e atrasado, mas pragmático, em favor do crescimento da economia brasileira e de geração de empregos, estamos com a agenda de 15 anos atrás", sustentou.
Anunciando a "hora da verdade", Aécio afirmou que o PSDB acumula experiência administrativa para debater qualquer área de governo. "Vai chegar a hora da verdade. O PSDB se prepara para ela de forma corajosa, altiva e, sobretudo, com a experiência que adquirimos em governos de excelência, como o governo de Geraldo Alckmin (em São Paulo), como o governo de Minas e tantos outros espalhados pelo Brasil."
O presidenciável tucano defendeu a estabilidade, as privatizações e a modernização da economia. "Eles são o partido da instabilidade, da perda de credibilidade, da alquimia fiscal, da não transparência dos dados", criticou. No campo da gestão, Aécio voltou a apontar o setor privado como "um parceiro essencial aos investimentos", sobretudo em infraestrutura. E não poupou o PT de novas críticas. "Prezamos o planejamento. Eles não, eles demonizaram o setor privado até onde puderam e são o governo do improviso. Por isso, o Brasil é hoje um cemitério de obras inacabadas por onde você anda", disse.
Fonte: Estado de Minas
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