Aécio Neves e Eduardo Campos instalam comitês centrais de campanha na capital
Pedro Venceslau e Ricardo Galhardo - O Estado de S. Paulo
Enquanto a presidente Dilma Rousseff começa a estruturar em Brasília o quartel-general de sua campanha à reeleição, seus dois principais adversários, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador pernambucano Eduardo Campos (PSB), decidiram transformar a cidade de São Paulo na capital brasileira da oposição.
Para se aproximar do principal colégio eleitoral do País, o pré-candidato do PSB se mudará para a capital paulista na quarta-feira, quando passará a morar em um flat de três quartos localizado em Moema, bairro nobre da zona sul da cidade. A escolha, porém, se deu por motivos estratégicos: o local fica próximo do Aeroporto de Congonhas. Já a família do ex-governador deve permanecer no Recife.
A região também servirá de exílio temporário para todos os integrantes do "Estado Maior" da campanha. Assessores, marqueteiros, aliados e operadores políticos se espalharão por hotéis e flats de Moema até outubro. A produtora que cuidará dos vídeos para a propaganda eleitoral de Campos também vai se instalar pelas redondezas para facilitar a vida do candidato. O local que abrigará o comitê central da campanha ainda não foi definido, mas o ex-governador já conta com um gabinete de trabalho esperando por ele na sede estadual do PSB.
Localizado em um amplo casarão de dois andares na Avenida Indianópolis, no Planalto Paulista, o espaço pode ser considerado modesto para quem até recentemente despachava no Palácio Campo das Princesas. Com cerca de 15 metros quadrados, a sala conta com um banheiro privativo, uma mesa de trabalho, um computador e uma pequena TV de plasma pendurada na parede.
Os únicos elementos da decoração são uma grande mapa de São Paulo e uma pequena bandeira vermelha e amarela do PSB. "O diretório passou por uma readequação para receber o Campos. Todo o segundo andar foi liberado para receber a equipe dele", conta Márcio França, presidente estadual da sigla. O deputado teve de se mudar para o térreo e ficará "acampado" por lá pelo menos até julho, quando a campanha começará oficialmente. "Virei um sem-teto", brinca o dirigente.
Quando o novo comitê estiver pronto, o lugar abrigará também a estrutura da campanha ao governo estadual do PSB. O próprio França é um dos nomes colocados para a disputa.
Jardins. Na primeira eleição presidencial desde a fundação do PSDB que não conta com um candidato nascido ou radicado em São Paulo, o mineiro Aécio Neves optou por instalar na capital paulista o coração de sua campanha ao Planalto.
Mas, ao contrário de Campos, ele optou por continuar morando no Rio de Janeiro para acompanhar, na medida do possível, a gravidez de sua mulher, que está esperando gêmeos com nascimento previsto para agosto. A casa provisória do senador em São Paulo será um hotel de luxo na Alameda Santos.
Dois graduados tucanos paulistas foram encarregados de escolher o local que abrigará a sede da campanha presidencial: o deputado Duarte Nogueira, presidente do PSDB paulista, e o senador Aloysio Nunes Ferreira, o mais cotado para assumir a coordenação-geral do processo. Depois de visitarem vários imóveis, eles enfim encontraram o lugar ideal. Os contratos ainda não foram assinados, mas a ideia é locar dois espaços contíguos: um casarão onde antes funcionava uma agência e um imóvel localizado no terreno ao lado, pertencente a um empresário amigo do vereador paulistano Andrea Matarazzo.
Irrecusável. Segundo Nogueira, a oferta foi irrecusável. "Ele se propôs a ceder o espaço em troca de pagarmos o IPTU, que está muito caro", diz. Os dois imóveis estão localizados entre as Ruas Guatemala e Bolívia, a poucos metros da bela Igreja Nossa Senhora do Brasil, na região dos Jardins. Uma das casas, a maior, deve funcionar como um núcleo operacional e de atividades políticas. "A ideia é criar um ponto de encontro e de mobilização", explica o presidente do PSDB paulista.
A sede da estrutura de internet da campanha de Aécio, que já é coordenada pelo ex-ministro Xico Graziano, está instalada perto dali, em um prédio em Pinheiros, na zona oeste. Já a produtora de vídeo, um dos locais mais frequentados pelos candidatos nas campanhas, ficará no Rio de Janeiro.
Lula cá. Enquanto Dilma segue em Brasília - a petista não se desligou do cargo para disputar a reeleição - seu principal cabo eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ficará sediado em São Paulo na campanha.
Para evitar perda de tempo no trânsito e permitir que Lula grave participações para o País inteiro, o PT decidiu instalar um estúdio na edícula próxima à piscina de uma das casas onde funciona o Instituto Lula, no Ipiranga. Equipamentos de última geração para edição, gravação, iluminação e distribuição pela internet foram comprados e já estão instalados. A ideia do PT é montar em São Paulo um pequeno escritório para abrigar o tesoureiro da campanha, Edinho Silva.
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