• Em acordo com o PSB, candidata será lançada na quarta-feira. Beto Albuquerque pode ser o vice
Carlos Rollsing – Zero Hora (RS)
RECIFE (PE) - Com divergências praticamente superadas, Marina Silva será anunciada na quarta-feira como candidata do PSB à Presidência. A ambientalista terá de assumir o programa do ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo, e abraçar as alianças regionais do partido.
Os socialistas não exigirão que ela permaneça na legenda em caso de vitória, concordando com a criação da Rede Solidariedade – grupo político de Marina que se abrigou no PSB por não ter conseguido registro eleitoral.
No sábado, ao chegar a Recife para acompanhar o enterro do ex-companheiro de chapa, a ex-ministra disse que a perda do aliado impõe a ela uma "responsabilidade" e um "compromisso". Esse posicionamento tranquilizou lideranças do PSB, que temiam uma Marina mais crítica a alianças com o PSDB e setores econômicos ligados ao agronegócio.
Até quarta-feira, a sigla ainda terá de definir quem será o vice. A viúva Renata Campos chegou a ser cogitada. Candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque é o favorito por ser militante histórico e ligado a Campos. Além disso, é respeitado por Marina e conhecido por sua capacidade de diálogo. Mas Luiza Erundina (PSB-SP) está no páreo e, em Recife, demonstrou interesse em ocupar o posto. Ambos disseram que não irão disputar a indicação no voto, o que impõe a necessidade de um consenso.
A decisão sobre o vice passará por consultas a líderes do PSB, a partidos aliados e, sobretudo, à viúva Renata Campos. Respeitada no PSB, ela terá participação na campanha. Em Recife, Marina foi recebida como se fosse da família. A ex-ministra chorou ao reencontrar Renata pela primeira vez após o acidente e foi consolada por ela.
Foi a relação com a família que ajudou a abrir caminho para a ambientalista substituir Campos. Agora, Marina chega com força para modificar o quadro eleitoral. Aliados de Dilma Rousseff (PT) consideram a ex-ministra uma adversária mais difícil de ser batida do que Aécio Neves (PSDB).
– Marina tem penetração nas camadas médias e populares. Teoricamente, no enfrentamento com Dilma, ela poderá oferecer mais resistência do que Aécio – analisou o presidente do PC do B, Renato Rabelo, já convencido da realização de segundo turno.
José Serra (PSDB) reconheceu que Marina provoca mudanças no cenário, apontando para um segundo turno, mas evitou comentar o enfrentamento entre a ambientalista e Aécio para passar para a segunda fase da eleição.
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