• Candidata do PSB fez caminhada em Recife com propaganda dela ainda como vice de Campos
Letícia Lins – O Globo
RECIFE — Marina Silva fez na manhã deste sábado seu primeiro ato de campanha como candidata à Presidência da República pelo PSB com caminhada pelo bairro popular de Casa Amarela, no Recife. Sem tempo para refazer o material de campanha, muitos dos cartazes dispostos pelas ruas ainda constavam a imagem e nome de Marina como vice, ao lado de Eduardo Campos, morto na semana passada em acidente de avião.
Após comício no final da caminhada, a candidata do PSB disse que o Brasil não precisa propriamente de um “gerente”, nome muito utilizado pelo PT na campanha passada, para qualificar a presidente Dilma Rousseff.
- O Brasil tem essa história. É preciso ter um gerente. Mas a gerente tem que ter argumento. O Brasil pode até precisar de um gerente, mas precisa mesmo é de quem tem visão estratégica. O gerente tem que ter argumento para conversar. O ex-presidente Itamar não era gerente, mas tinha visão estratégica. Fernando Henrique era um acadêmico e também tinha visão estratégica. Lula era um operário e também tinha. Quando se tem visão estratégica, se sabe escolher os melhores gerentes -ressaltou Marina.
Marina disse ainda que não critica política de alianças, mas “alianças inadequadas”, e prometeu que, se eleita, vai governar com os “homens e mulheres de bem” do Congresso Nacional, sejam do PT, do PMDB, do PDT e até do PSDB.
- A nossa política de aliança vai ser respaldada pela sociedade brasileira. Eu sempre disse, desde 2010, que nós haveremos de ter maioria para governar, com a ajuda de homens e mulheres de bem, que existem em todos os partidos. Se tivermos um movimento da sociedade brasileira que leve o PSB à vitória, pode ter certeza que o PMDB de Pedro Simon e de Jarbas Vasconcelos não vai nos faltar. Que o PT do Eduardo Suplicy não vai nos faltar. E o PDT de Cristóvam Buarque também não vai nos faltar. E eu digo mais, mesmo que estejamos em palanques diferentes, tenho certeza de que o José Serra não vai nos faltar. Porque não é possível que as pessoas não entendam que temos que libertar a velha República. E a nova República tem que assumir a sua responsabilidade - explicou.
Sem aparentar cansaço e mostrando muita disposição, Marina subiu as ladeiras do bairro Casa Amarela sob os gritos de “1, 2, 3, 4, 5, mil, Marina presidente do Brasil”, entoado por cabos eleitorais e demais que acompanharam a candidata no percurso.
- Já votei em Marina para presidente uma vez e vou votar de novo, mas acho que Dilma é muito forte. Acho difícil Marina ganhar. Mas, quem sabe, não acontece com ela o mesmo que aconteceu com Lula, que tentou tantas vezes até chegar lá (na presidência) - opinou uma eleitora.
Um boneco gigante de Marina conduzido pelo candidato a deputado estadual Rodolfo Leandro, do Partido Verde, acompanhou a caminhada.
O ex-secretário de Meio Ambiente de Pernambuco e um dos responsáveis pela campanha de Marina, Sérgio Xavier, afirmou que, apesar do abatimento da candidata pela morte de Eduardo Campos, ela “está com energia” para a disputa presidencial.
À noite, ela participa de uma grande reunião com os 21 partidos que integram a Frente Popular em Pernambuco, que é liderada por Paulo Câmara (PSB), candidato escolhido pelo ex-governador Eduardo Campos para a sucessão estadual. A viúva, Renata Campos, não participou da caminhada.
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