quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Marina endurece críticas e diz que PT se ‘apaixonou’ por Renan, Sarney e Maluf

• Mais cedo, em BH, candidata pediu ajuda de eleitores para ‘desfazer as mentiras’ nas redes sociais

Sérgio Roxo e Thiago Ricci - O Globo

BELO HORIZONTE e SÃO PAULO — A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, endureceu nesta terça-feira pelo Twitter os ataques ao governo do PT e ao PSDB. Para a presidenciável do PSB, petistas e tucanos “vivem a Síndrome de Estocolmo: se apaixonaram por aqueles que sequestraram seus sonhos”.

“O PT se apaixonou por quem sequestrou seus sonhos: Renan, Sarney, Jader Barbalho, Maluf. Com o PSDB é a mesma coisa”, publicou a candidata.

Marina disse que sofre as mesmas acusações que eram feitas ao ex-presidente Lula, antes de ser eleito em 2002. “Diziam que Lula não saberia governar, que não tinha experiência. Agora, o PT faz o mesmo conosco, ampliando a calúnia e difamação”.

A candidata criticou a postura de Dilma. “Não se pode ser presidente do Brasil com base em mentira”, afirmou a presidenciável. Para Marina, as acusações fazem parte de uma estratégia. “O governo, obviamente, está lançando uma cortina de fumaça para não explicar porque a corrupção ameaça a Petrobras”.

Na avaliação da candidata, porém, os casos de corrupção são mais graves. “O mau cheiro disso tudo [corrupção na Petrobras] é maior do que qualquer cortina de fumaça que possa ser lançada para desviar a atenção”.

Em BH, pedido de ajuda para eleitores
Mais cedo, em ato com menos de cem pessoas, na Praça da Estação, no centro de Belo Horizonte, Marina convocou os eleitores para ajudar a “desfazer as mentiras” que estão sendo divulgadas nas redes sociais sobre ela. Ela chamou a ofensiva de uma “pororoca de democracia” contra a mentira e as inverdades. Marina também voltou a criticar a presidente Dilma Rousseff, que segundo ela “destruiu a Petrobras” com as parcerias realizadas pelo PT.

— Queria pedir a vocês algumas horas, alguns minutos que seja. Entrem nas redes sociais e me ajudem a desfazer as mentiras. A Dilma tem 11 minutos na TV e troca de cargos, para destruir a Petrobras como acontece agora com a corrupção — afirmou Marina.

A candidata reforçou o pouco tempo que tem na televisão e criticou as parcerias realizadas pelo PT.

— Se o Aécio (Neves, candidato do PSDB à Presidência) ganhar, terá que agradecer ao tempo de televisão, porque tem muito dinheiro... Se Dilma ganhar, terá que agradecer a Sarney, Collor, Jader Barbalho, Maluf, Renan — disse.

No segundo ato público realizado na região metropolitana de Belo Horizonte, Marina intensificou o tom contra a presidente Dilma.

— Olhe o que aconteceu com a Petrobras. Uma empresa importante agora vale metade do que valia, quatro vezes mais endividada e desorganizada pelo roubo, pela falcatrua em 12 anos do governo do PT. A presidente Dilma tem responsabilidade política, não adianta se esquivar.

Outro alvo de Marina foram os investimentos do governo do PT na educação.

— A presidente Dilma disse que ia ganhar o governo para fazer 6 mil creches. Das 6 mil, fez apenas 400. Tem 700 em construção que nem sabemos quando vai entregar depois de quatro anos. Agora ela está querendo mais quatro anos para fazer, no máximo, mais mil. Não merece o apoio das mulheres, não merece o apoio das crianças — afirmou.

Ao lado do candidato à vice, deputado federal Beto Albuquerque, e o candidato do PSB ao governo de Minas Gerais, Tarcísio Delgado, Marina relembrou quando passou fome na infância e ainda comparou sua luta contra uma “centena de Golias”.

— Dilma disse que ia ganhar para baixar os juros e nunca os banqueiros ganharam tanto como no seu governo. E agora eles que fizeram a Bolsa Empresário, a Bolsa Banqueiro, a Bolsa Juros Altos está querendo nos acusar de forma injusta. Nosso compromisso é com a creche, com o passe livre para que nossos jovens possam ir para escola — criticou.

Após comparar sua campanha com o fenômeno pororoca (quando dois rios se encontram no Amazônia), Marina fez nova analogia com uma característica típica da região Norte do Brasil.

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