• Campanha de Dilma avalia que ofensiva iniciada há 20 dias resultou na vantagem obtida sobre a rival nas pesquisas
• Comitê da presidente quer explorar na TV e na internet os pontos considerados "frágeis" da candidata do PSB
Andréia Sadi – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - O comitê eleitoral de Dilma Rousseff vai ampliar a operação para "desconstruir"" a imagem de Marina Silva (PSB) na corrida presidencial, explorando na TV e nas redes sociais o que chamam de "dubiedades"" e "fragilidades"" da principal adversária do PT na campanha deste ano.
O partido decidiu reforçar a estratégia --em prática desde o começo do mês-- após o resultado da pesquisa Datafolha desta sexta-feira (19) mostrar vantagem de Dilma sobre sua concorrente.
Na avaliação de assessores de Dilma, a ofensiva contra Marina é o principal motivo da vantagem inédita de sete pontos da presidente sobre a adversária. A pesquisa registrou 37% de intenção de voto para a petista contra 30% de Marina Silva.
Nos últimos 20 dias, Marina tem sido alvo de críticas e acusações exibidas pela propaganda de Dilma na TV.
Entre outras coisas, a ex-senadora foi comparada com presidentes que não terminaram o mandato, acusada de ser aliada dos banqueiros e de desprezar a camada pré-sal do petróleo.
A articulação de atacar a candidata do PSB foi traçada após debate do SBT/Folha/Uol, no começo do mês, em reunião com o ex-presidente Lula, em São Paulo.
Desde então, a campanha se concentrou em "tirar Marina do pedestal" e "trazê-la para o debate". "Queremos bater na tecla de que Marina é uma política, candidata, e não um mito", disse à Folha um dos mais próximos auxiliares da presidente.
Para colocar em prática a tática de desidratar"" Marina, os marqueteiros da campanha petista tiveram que antecipar peças de TV que somente iriam ao ar no segundo turno, em princípio.
A equipe de Dilma havia testado alguns temas tendo Marina como alvo pensando na etapa final da eleição.
Como exemplos, citam a abordagem de falta de governabilidade, a ideia de colar Marina a uma política tradicional e de ter trocado de partido duas vezes.
Insegurança
As pesquisas qualitativas do PT, relatadas à reportagem por coordenadores da campanha, mostram que o eleitorado rejeitava o que considerava ataques pessoais --como ter trocado de partidos--, mas mostrava interesse em temas que falam da insegurança em um eventual governo Marina Silva.
Primeiro, a governabilidade e, em um segundo momento, o poder dos bancos e fim da prioridade ao pré-sal. Por isso, investiram na tática.
Um dos próximos alvos do comitê dilmista na TV é a educadora Maria Alice Setubal, a Neca, acionista do banco Itaú e uma das coordenadoras da campanha de Marina. A equipe de João Santana gravou um comercial tendo Neca como foco, mas o material está no freezer"".
Assessores da presidente afirmam que estão guardando a peça para não "queimar todos os cartuchos" e que sua exibição está prevista ainda para o primeiro turno.
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