• Após carreata no Rio, candidata do PSB diz que Dilma ‘quis dar uma chance’ ao tucano no debate da Globo
Miguel Caballero – O Globo
RIO — Enquanto tenta estancar a perda de intenção de votos demonstradas pelasúltimas pesquisas presidenciais a tempo de não perder a vaga no segundo turno para Aécio Neves (PSDB), a candidata do PSB Marina Silva, fechou a última semana de campanha com uma carreata no Rio, onde teve boa votação em 2010. Depois de percorrer ruas da Tijuca e dar uma rápida entrevista, Marina provocou seu adversário na disputa para ir ao segundo turno.
Segundo os institutos de pesquisas, a disputa entre Marina e Aécio pode ser muito acirrada no domingo, e a candidata do PSB ajusta seu discurso final para conquistar indecisos e deter sua queda nos últimos dias. Antes de embarcar para São Paulo, onde fechará sua campanha neste sábado, ela afirmou que a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), “quis dar uma chance” a Aécio no debate da TV Globo por considerar que o tucano é um adversário mais fácil de ser batido.
Marina lembrou as últimas derrotas do PSDB para o PT e provocou Aécio:
— O PSDB é um segundo turno descendente. Nós somos um segundo turno ascendente. O PT sabe disso, tanto é que a presidente Dilma ontem (no debate) quis dar uma chance para o Aécio, porque ele já é o segundo turno de estimação do PT. É assim que o PT ganha as eleições. E o PSDB está se conformando em ser o segundo lugar de estimação do PT — disse Marina, antes de embarcar ao lado de seu vice, Beto Albuquerque, no Aeroporto Santos Dumont.
Ela voltou a criticar os ataques que sofreu durante a campanha, considerados abaixo dos limites éticos.
— É a primeira campanha que você vê prevalecer o marketing selvagem. Só vi acontecer isso na época do Collor. A reedição disso é impressionante.
Mais cedo, durante a carreata, Beto Albuquerque já tinha dado o tom da palavra de ordem final da campanha de Marina de olho em evitar a perda de eleitores para Aécio. Ele também lembrou da “freguesia” dos tucanos para o PT, partido que venceu as últimas três eleições e está no poder há 12 anos.
— Não adianta botar no segundo turno um candidato acostumado a perder para a Dilma, a perder para o PT. Tem que botar quem pode ganhar e fazer a mudança, que é a Marina — discursou o deputado.
O ato de campanha no Rio foi marcado pelo improviso. Além de Beto Albuquerque, Marina esteve acompanhada apenas por mais um político, o vereador Jefferson Moura, que deixará o PSOL para se integrar à Rede quando o partido for criado. Maria Alice Setúbal, a Neca, sua apoiadora, também esteve com Marina, mas não subiu no jipe onde estava a candidata.
No início do trajeto, o carro percorreu ruas vazias da Tijuca, e Marina e Beto em alguns momentos tinham até dificuldades de avistar eleitores para trocar acenos. Quando o veículo chegou à Praça Saens Peña, mais movimentada, Marina e Beto discursaram ao microfone.
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