• Sindicato diz que diretor regional da estatal enviou cartas a servidores pedindo votos para Dilma e petistas
Anselmo Carvalho Pinto - O Globo
CUIABÁ — O sindicato dos funcionários dos Correios de Mato Grosso protocolou nesta sexta-feira no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) um pedido para que seja investigado o uso da estrutura da estatal em favor da candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT). Na semana passada, o diretor regional dos Correios em Mato Grosso, Nilton do Nascimento, enviou cartas aos funcionários pedindo votos para Dilma e para candidatos do PT e do PR no estado.
“Pedi seu voto em 2010 e conquistamos muito com isso, por isso volto a pedir seu voto”, escreveu Nascimento na carta endereçada aos funcionários. “Agora o Brasil precisa avançar mais e somente o governo Dilma (...) poderá ampliar os programas sociais e econômicos e fazer o melhor para sua gente”.
Segundo o sindicato, as cartas foram encaminhadas aos trabalhadores nas agências onde eles estão lotados, com preço de postagem abaixo do previsto para esse tipo de correspondência.
— Ele usou o banco de dados dos Correios para saber onde cada funcionário atua. Além disso, uma correspondência deste tipo custa R$ 1,30 e ele pagou R$ 0,60 — disse o presidente do sindicato, Edmar Leite.
Segundo ele, algumas correspondências chegaram um dia depois da postagem:
— Mais rápido que o Sedex!
Esta semana, a oposição denunciou o uso dos Correios na campanha de Dilma e do candidato a governador Fernando Pimentel (PT) em Minas Gerais. Um vídeo divulgado terça-feira pelo jornal “O Estado de S. Paulo” mostrou uma reunião em que o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG) reconhece que o bom desempenho da presidente em Minas tem “o dedo forte dos petistas dos Correios”.
Em nota, a assessoria de imprensa dos Correios em Mato Grosso negou que tenha havido uso de infraestrutura pública para envio das cartas.
“Foram enviadas apenas 670 malas diretas locais e estaduais, para pessoas conhecidas de Nilton do Nascimento”, diz a nota. A assessoria informou ainda que o diretor regional enviou as cartas “na condição de cidadão”, com a postagem paga com dinheiro próprio. “O preço de cada unidade variou de R$ 0,77 (estadual) e R$ 0,72 (local)”.
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