Daniela Chiaretti e Vandson Lima – Valor Econômico
BRASÍLIA - Em seu primeiro pronunciamento depois do segundo turno, a ex-senadora Marina Silva, candidata derrotada pelo PSB, cumprimentou a presidente Dilma Rousseff pela reeleição, mas lembrou a "agressividade do marketing selvagem" da campanha petista e disse que o país precisa superar a divisão.
"O Brasil está dividido. E a principal obrigação das lideranças, tanto dos vencedores quanto dos derrotados na urnas, é reencontrar novos caminhos para a união e o entendimento em torno de uma agenda estratégica para os reais interesses do país, acima das nossas diferenças e com base em programas", disse Marina em vídeo de quase quatro minutos gravado ontem à tarde, em Brasília.
"Agora que a eleição passou, certamente a presidente Dilma irá adotar em seu governo medidas que atacou durante a campanha", seguiu Marina, mencionando a urgência em se dar atenção à mudança climática e ao aquecimento global. "Meio ambiente não é uma parte incômoda das políticas públicas. É a base da sobrevivência de todos."
No Senado, após a derrota no segundo turno, o candidato a vice na chapa encabeçada por Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), subiu à tribuna para "fazer um desabafo" sobre ataques que teria sofrido nas redes sociais durante a campanha. Segundo Nunes, sites ligados ao PT teriam divulgado uma série de informações falsas sobre sua biografia.
"Fui pessoalmente agredido por canalhas escondidos nas redes sociais, a serviço do PT e de uma candidatura. Devo essa satisfação à minha família, meus amigos e à nação brasileira." Entre as acusações falsas propagadas na rede, segundo o senador, estaria a de que ele votou contra leis que inibem o trabalho escravo e a criação da comissão nacional da verdade - no caso dessa última, não só Nunes foi favorável como foi relator da medida.
O senador se exaltou ao dizer que a presidente Dilma Rousseff "não tem legitimidade para pedir conciliação", já que teria feito uma campanha que estimulou a "divulgação de mentiras, como dizer que Aécio agride mulheres e usa drogas".
Dando o tom da oposição que pretende fazer ao governo nos próximos quatro anos, Nunes bradou. "Não daremos trégua. Não quero ser sócio de um governo falido nem cúmplice de um governo corrupto."
O senador recebeu cumprimentos do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do líder governista, Humberto Costa (PT-PE), que, no entanto, negou que o PT e a presidente Dilma estimularam ou patrocinaram esse tipo de agressão.
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