- Folha de S. Paulo
O que têm em comum quem põe na internet o desenho falado de uma "bruxa" e quem usa as redes sociais para chamar o presidente do STF de "monstro"?
Um brinca com coisa séria. O outro é um militante que --seria só por "amor à causa"?-- aderiu ao vale-tudo. E ambos são igualmente covardes que se escondem no anonimato para caluniar, mentir, incitar. E, por isso, são de alta periculosidade.
A "brincadeira da bruxa" excitou a ignorância e a loucura de uma comunidade que passará décadas tentando entender como cidadãos até então normais puxaram pelos cabelos uma moça inocente e indefesa, jogaram-na no chão, amarraram-lhe as mãos e a mataram a pauladas. Ela morreu sem entender sequer por quê.
E o risco da incitação contra o "monstro"? Com o país fervendo com linchamentos, assaltos, balas perdidas e protestos por toda parte, tudo pode acontecer. A diferença é que o ministro Joaquim Barbosa sabe exatamente que tipo de gente está por trás e por que está sendo perseguido.
Segundo a revista "Veja", a PF anda atrás de quem posta coisas assim: "Joaquim Barbosa deve ser morto. Ponto final". E até já localizou o autor de um texto meigo que chama o ministro de "desgraçado", que "vai morrer de câncer ou um tiro na cabeça". É um ativo integrante da Comissão de Ética (?!) do PT no Rio Grande do Norte. Haja ética!
É estarrecedor, mas não surpresa. Basta buscar na mesma "Veja" uma informação de fevereiro de 2013: um assessor do ministro Gilberto Carvalho --frise-se: do Planalto-- viajou a Cuba, com tudo pago pelo governo brasileiro, para fazer um curso sobre técnicas de... "ciberguerra"! Decifrando, "novas formas de comunicação de rede e batalhas políticas".
Não que seja uma exclusividade petista, ao contrário, mas esse tipo de gente usa os fantásticos recursos da internet para agredir, deturpar, transformar mentiras em verdades e criar bruxas e monstros. Um legado e tanto para as novas gerações.
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