Gabriela Valente – O Globo
BRASÍLIA Apesar da promessa do Banco Central (BC) de que fará tudo para controlar a inflação, economistas do mercado financeiro aumentaram - pela segunda vez seguida - a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, de 6,56% para 6,6%. Com isso, a estimativa para a inflação oficial fica cada vez mais distante do limite máximo da meta estipulada pelo governo (6,5%).
Para piorar o quadro do primeiro ano do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, os analistas avaliam que a economia não crescerá nem mesmo 0,5% em 2015. Segundo a pesquisa Focus, sondagem semanal que o BC faz com as principais instituições financeiras instaladas no Brasil, a expectativa de crescimento neste ano caiu de 0,5% para 0,4%. Também foi a segunda revisão para pior feita pelos entrevistados.
Outro ajuste foi feito na projeção para a expansão da atividade industrial: diminuiu de 1,04% para 1,02%. Apesar de menor que a previsão da semana passada, o número, se confirmado, pode representar uma recuperação, já que o setor encolheu em 2014. O dólar mais caro beneficia o exportador e pode ajudar na recuperação da indústria. E a perspectiva do mercado é que a moeda americana custe, em média, R$ 2,72 no ano. A aposta da semana passada era de R$ 2,71. Para o fim do ano, o palpite é R$ 2,80.
Moeda americana mais cara representa, entretanto, pressão sobre a inflação. Além disso, o preço das tarifas de serviços públicos também deve pesar no bolso. A previsão para o aumento dos chamados preços administrados (controlados pelo governo) subiu de 7,85% para 8%. A projeção dos economistas é que o governo terá de repassar reajustes de tarifas represadas desde 2013, como luz e ônibus.
Para 2016, os analistas mantiveram as principais estimativas. Inflação de 5,7%, por exemplo, mesmo com a promessa do presidente do BC, Alexandre Tombini, de fazer o IPCA chegar ao centro da meta (4,5%) em dezembro. A perspectiva para o crescimento do país também ficou intacta: 1,8%.
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