Márcio Falcão, Flávia Foreque e Sofia Fernandes – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - Líderes do governo e da oposição avaliam que a declaração do ministro Joaquim Levy (Fazenda) sobre a presidente Dilma pode ter efeito nas negociações com o Congresso para aprovação do ajuste fiscal.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), lembrou desgastes recentes, como a crítica do ex-ministro Cid Gomes (Educação), que deixou o cargo após atacar verbalmente o Congresso, e a movimentação do ministro Gilberto Kassab (Cidades) para refundar o PL, em uma tentativa de diminuir o peso do PMDB.
A oposição aproveitou a frase de Levy para voltar a afirmar que Dilma está isolada, sem apoio de seu próprio ministério.
"Ela é uma pessoa com dificuldade de se relacionar e ouvir o contraditório. É lógico que o Levy, se pudesse, diria que é difícil as coisas avançarem com ela", afirmou o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO).
Para ele,Levy deve ter pressentido que o ajuste não passará da forma como foi encaminhado.
Para o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), existe uma incompatibilidade entre o que o ministro pensa e o que a presidente faz.
"A presidente é refém da estabilidade que a presença de Levy traz para o governo. Uma eventual saída dele é a última pá de terra."
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