Após repasses, Pezão espera atendimento normalizado em hospitais do Rio
• Governador obteve quase R$ 300 milhões com governo federal e prefeitura, mas diz que recursos serão suficientes para garantir atendimento até o dia 10 ou, no máximo, 15 de janeiro
- O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Após conseguir levantar R$ 297 milhões para aliviar temporariamente a crise no sistema de sáude fluminense, o governador do Estado do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse que espera que o atendimento seja normalizado nos hospitais a partir desta quinta-feira, 24. Ele disse ainda que os médicos e enfermeiros dos hospitais estaduais "já começaram a ser pagos". O governo decretou hoje situação de emergência por 180 dias.
"Estamos atendendo com muita dificuldade, mas estamos com as unidades abertas. com esses recursos que nós conseguimos, o esforço que a gente está fazendo de arrecadação, ajuda do governo federal, da prefeitura, a gente espera a partir de hoje normalizar todo esse atendimento", disse ele, em entrevista à Rádio Estadão.
O Ministério da Saúde já depositou R$ 45 milhões na conta do Estado, que obteve ainda R$ 100 milhões em empréstido da prefeitura do Rio e outros R$ 152 milhões com a entrade de pagamento de ICMS. Os recursos, no entanto, segundo o governador, serão suficientes apenas até o dia 10 ou, no máximo, 15 de janeiro.
Até então os hospitais estaduais estavam atendendo. apenas os casos mais graves. "Estamos funcionando com muita dificuldade, mas não estamos deixando de atender a pacientes que chegam com gravidade. Ninguém está morrendo por causa disso", disse o governador.
Pezão disse que vai se encontrar nesta quinta com o secretário de atenção à saúde do Ministério da Saúde Alberto Beltrame, com o secretário estadual de saúde Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior e seu antecessor, Felipe Peixoto, para fazer um "balanço" da crise. "Estamos mandando insumos, remédios, uma série de transferências que os hospitais federais estão agora destinando às nossas unidades".
O governador atribui a crise à queda de arrecadação no Estado e à crise econômica no País. "O Estado tem uma dependência muito forte no petróleo e a gente teve, com a paralisia da Petrobras, queda da produção de petróleo". Ele diz ainda que a segunda e terceira atividades mais produtivas no Estado, siderurgia e indústria automobilística, sofreram com a crise. "Enquanto o país não crescer, enquanto a atividade econômica não crescer, vamos ter muita dificuldade sempre".
Ele afirmou ainda à Rádio que tem tentado, junto aos empresários, facilitar o recolhimento dos mais de R$ 7 bilhões de reais em impostos inadimplentes e que "entende" o momento de dificuldade que as empresas vivem. Garante ainda que em 2016 haverá mais cortes no orçamento. "Estamos cortando mais, estou cortando em outras pastas para privilegiar a saúde, a segurança. Vamos enxugar mais ainda. Já fizemos um corte drástico nesse ano de 2015, mas não foi suficiente. Vamos ter de cortar mais ainde para o ano de 2016".
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