• No Getúlio Vargas, no entanto, restrição no atendimento continua
Célia Costa e Rafael Nascimento – O Globo
A mobilização das autoridades, anunciada anteontem, começa a amenizar o sofrimento de pacientes que procuram a rede estadual de saúde. Havia pelo menos 11 hospitais e 17 UPAs com problemas até ontem, mas, com o pagamento de médicos e funcionários e a chegada de material, algumas unidades começaram a receber doentes sem restrição.
Os hospitais Albert Schweitzer, em Realengo, e Rocha Faria, em Campo Grande, que receberam recursos da prefeitura, retomaram ontem a rotina de atendimentos. A procura, no entanto, foi baixa. Funcionários informaram que os salários teriam sido normalizados.
A emergência do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, uma das mais movimentadas da Zona Norte, no entanto, continuava com atendimento restrito ontem. Cartazes informavam que apenas pacientes com risco iminente de morte seriam admitidos. O movimento foi muito menor do que o habitual. Segundo funcionários, diante das informações sobre a crise, as pessoas evitam procurar a unidade. Durante a madrugada, uma mulher com hemorragia externa foi uma das poucas a conseguir atendimento. Por volta das 3h45m, parentes dela aguardavam do lado de fora do hospital.
— A minha tia perdeu muito sangue. Ela veio de ambulância até aqui — contou o sobrinho da paciente, o bombeiro civil Bergson Pereira. — Agora vamos esperar o que acontecerá com ela.
Já na UPA de Realengo, a dona de casa Michelle Carvalho não conseguiu atendimento para a filha Lissandra, de 14 anos, que estava com febre e dores abdominais. A jovem passou pelo setor de triagem e foi orientada a procurar uma Clínica da Família, porque a UPA só está aceitando casos mais graves.
— É um absurdo. Disseram que só poderiam atender se ela estivesse em estado crítico. E se a menina piorar? — perguntou Michelle, revoltada.
Na última segunda-feira, como mostrou ontem o “Bom dia, Rio”, da Rede Globo, uma mulher deu à luz na calçada em frente ao Hospital da Mãe, em Mesquita. Ela contou que foi atendida, mas liberada para voltar no domingo. Logo após sair, ainda com dores, deu à luz uma menina. A médica alegou que tinha deixado a gestante sair apenas para fazer um lanche. O estado informou que a unidade voltou a funcionar sem restrição ontem à tarde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário