• Para analista, gestação de 34 partidos mostra que siglas existentes vão mal
Mariana Sanches- O Globo
Os partidos atuais são acusadas pelos organizadores das siglas em gestação de serem pouco democráticos e impenetráveis para pessoas de fora da hierarquia partidária.
— Tem muito partido que exige dinheiro da pessoa para que ela saia candidata, por isso não quis entrar em algum que já existisse, é muito complicado — afirma o sindicalista Marcelo Vivório Alves, presidente do novo Prona.
O Prona, famoso pelas figuras dos deputados federais Enéas Carneiro e Doutora Havanir Nimtz, se fundiu em 2006 com o PTdoB e com o PL, atualmente também em processo de refundação e gerou o Partido da República (PR). Alves conta ter sido apenas um eleitor do extinto partido e que, sem poder votar em sua agremiação de preferência, resolveu trazê-la de volta à vida.
Ainda não está definido se algumas das principais bandeiras do conservador Prona, como a produção da bomba atômica brasileira, serão mantidas.
O sindicalista afirma já ter obtido 380 mil assinaturas favoráveis à recriação da legenda — é necessário obter meio milhão de subscrições reconhecidas pelo TSE para que o registro seja concedido — e pretende agora atrair expoentes do extinto Prona, como Doutora Havanir, para o projeto. Confrontado com a informação de que a deputada é acusada de ter vendido vagas para candidaturas no extinto Prona por R$ 5mil, Alves desconversou:
— Não sei a profundidade dessas acusações. Mas ela será muito bem-vinda se quiser voltar ao partido.
Demandas de minorias
Independentemente das motivações de cada presidente, especialistas concordam que o número de 34 partidos em formação diz muito sobre a saúde das siglas já registradas:
— É uma crítica ao sistema de um modo geral. Os partidos não têm conseguido se comunicar, se conectar com a população. Já não têm mais produzido discursos capazes de agregar, não é inclusivo de parcelas da sociedade. Esse mal-estar se expressa dessa maneira, com uma intensa fragmentação. Uma série de grupos descontentes que passam a tentar entrar no sistema político para se autorrepresentar — afirma o cientista político Carlos Melo, do Ínsper.
Dos 34 protopartidos, quatro tratam exclusivamente de demandas de minorias e programas sociais, como o Partido pela Acessibilidade e Inclusão Social.
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