• Próximo a Alckmin, Beto Richa diz que sigla está fortalecida e que vai apoiar nome que legenda escolher para 2018
Daniel Weterman - O Estado de S. Paulo
O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), defende a realização de prévias para a escolher o candidato tucano à Presidência da República nas eleições de 2018. No segundo mandato como governador no Estado, Richa tenta projetar seu nome no cenário nacional da legenda e afirma que o partido está "muito fortalecido" para as eleições de 2018, após o resultado dos pleitos municipais.
O partido foi o que mais cresceu entre as grandes legendas nas disputas pela Prefeitura, com destaque para a eleição de João Doria em São Paulo capitaneada pelo governador Geraldo Alckmin, um dos possíveis presidenciáveis ao Planalto e de quem Richa é próximo. O paranaense disse que o PSDB foi o partido que mais fez um contraponto ao PT, "que está em baixa, foi sepultado nessas eleições."
"O PSDB hoje está muito fortalecido para as eleições de 2018, eu vou apoiar aquele candidato que o meu partido escolher, defendo as prévias.", afirmou Richa, em entrevista nesta sexta-feira ao Broadcast Político,serviço de notícia em tempo real da Agência Estado. O governador está em São Paulo, onde visitou o Salão do Automóvel e participou de outros eventos automobilísticos.
Para ele, as prévias são a forma de os militantes e filiados ao partido participarem de maneira democrática e transparente da escolha de um nome para disputar a sucessão de Michel Temer (PMDB), com quem Richa afirmou ter uma relação "muito boa". "Espero que não haja rachas dentro do partido, o PSDB tem boas condições, tem três ou quatro nomes da maior qualificação para representar o partido e os interesses da sociedade", disse.
Richa é cotado para disputar o Senado em 2018, após dois mandatos como prefeito de Curitiba e dois como governador do Paraná. Ele afirmou que ainda não tomou a decisão e que a escolha dependerá de seu desempenho nos dois últimos anos da gestão. "Terminando bem o mandato, aí sim acabo tendo outras possibilidades, mas no momento eu não estou pensando nisso."
Escolas ocupadas. Richa destacou que todas as escolas estaduais que estavam ocupadas por estudantes voltaram à normalidade da última segunda-feira (7). "Não usamos a força policial em um único momento", disse Richa. O Paraná chegou a ter aproximadamente 800 escolas com estudantes protestando contra o teto de gastos e a reforma do ensino médio, propostos pelo presidente Michel Temer.
Richa afirmou que conversou com os estudantes e garantiu que não iria aplicar a reforma do ensino médio, proposta pelo presidente Temer por medida provisória, sem conversar com os estudantes. "Fizemos audiências públicas com a participação de 15 mil estudantes e levei as propostas para o ministro da Educação, Mendonça Filho. Não havia motivo para as ocupações", disse.
O governador classificou o movimento como produto de uma articulação política em que os estudantes estavam sendo usados como "massa de manobra". "As escolas foram desocupadas e até reputo isso à pressão da sociedade, que estava cada vez mais intolerante com esse comportamento", disse.
Eleição de Greca. O governador afirmou que está "muito feliz" com a eleição de Rafael Greca (PMN) para a prefeitura da capital paranaense. O PSDB compôs a chapa com o assessor de gabinete de Richa, Eduardo Pimentel, como vice. "Rafael Greca é quem tem as melhores condições para criar possibilidade de parcerias com o governo do Estado e governo federal, que foi negada pelo atual prefeito", disse o governador, referindo-se a Gustavo Fruet (PDT), que tentou a reeleição e não chegou ao segundo turno. Richa atribui a ele, seu ex-colega de partido, sua baixa popularidade em Curitiba como governador. "Ele é especialista em terceirizar suas responsabilidades para acobertar suas falhas, jogando tudo nas minhas costas."
Empréstimos. O governador espera receber aval do governo federal para realizar empréstimos ao Paraná, visando destravar investimentos em infraestrutura no Estado. Ele disse que entregou à secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, uma relação que comprova que o Paraná foi desprestigiado nos governos de Lula e Dilma. A tentativa, disse o governador, é "reparar injustiças do passado". "Melhoramos nossa avaliação, temos letra B no rating do Estado, o que nos habilita na autorização desses empréstimos", afirmou.
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