Por Claudia Safatle | Valor Econômico
BRASÍLIA - Ao assumir hoje o comando da Procuradoria Geral da República, Raquel Dodge vai imprimir um novo modelo de gestão focado na discrição e no equilíbrio das funções do Ministério Público.
O organograma da PGR, com a criação de quatro secretarias, dá a dimensão da mudança que Dodge pretende fazer após as mais recentes administrações, até aqui muito envolvidas no combate à corrupção. Na estrutura do gabinete da procuradora serão agregadas duas secretarias de Função Penal Originária do STF (Supremo Tribunal Federal), que abrigará o grupo da Lava Jato, e do STJ (Superior Tribunal de Justiça), além das secretarias de Direitos Humanos e Defesa Coletiva, para tratar das minorias, e a de Função Constitucional.
Isso não significa, segundo assessores, que a PGR agora estará menos centrada no combate à corrupção. Esta também estaria sendo reforçada com a escolha de nomes de maior experiência, argumentam.
Logo após a posse deverão ser nomeados três procuradores da República especializados na área criminal para reforçar a Operação Lava Jato, São eles: Hebert Mesquita, que foi do grupo da Operação Zelotes e do mensalão, Luana Vargas, que participou da Operação Greenfield, e José Ricardo Teixeira, procurador que atua no Tocantins. O grupo de trabalho da Lava Jato será coordenado pelo procurador regional da República José Alfredo de Paula Silva, que também atuou na Zelotes e no mensalão.
Hoje também poderá ser oficializada a saída de dois procuradores que atuam na Lava Jato. São eles: Rodrigo Telles e Fernando de Oliveira Júnior, nomes que constavam de uma minuta de portaria para exoneração que ainda não foi publicada.
A solenidade de posse de Raquel Dodge será as 8 horas da manhã e contará com a presença do presidente Michel Temer. Em seguida, Temer embarcará para os Estados Unidos para participar, amanhã, da abertura da 72° Assembleia Geral das Nações Unidas, onde fará o discurso de abertura. Ainda hoje Temer se encontra, em Nova Iorque, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em jantar que terá a presença dos presidentes do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, e da Colômbia, Juan Manuel Santos.
Ontem à tarde o presidente teve reuniões no Palácio do Jaburu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) com o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), e o líder na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Também estiveram no Jaburu o ex-presidente José Sarney e os ministros da secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, e do Planejamento, Dyogo Oliveira. Temer articula para a que a Câmara rejeite a autorização para que tramite a segunda denúncia apresentada pelo então procurador geral da República, Rodrigo Janot. (Colaborou Cristiane Bonfanti)
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